Integrar na formação dos professores a
utilização das tecnologias da informação e da comunicação é um desafio
considerado premente. Relatório da Comissão Europeia analisa impacto que
evolução tecnológica terá no ensino nos próximos cinco anos.
Apesar de, na União Europeia, 63% das
crianças de nove anos continuarem em escolas que não estão equipadas a nível
digital, dentro de dois a três anos, a aprendizagem dos alunos, através de
jogos de computador, deverá ser uma realidade em muitas escolas primárias e
secundárias, prevê um conjunto de especialistas num relatório feito em
co-autoria com a Comissão Europeia.
"É necessário tomar medidas
urgentes para promover a inovação nas salas de aula”, recomendam no Horizon
Report Europe, no qual um conjunto de 53 especialistas analisou as
tendências previstas para os próximos cinco anos nas escolas primárias e
secundárias dos 28 países da União Europeia.
De acordo com informação divulgada pela
representação da Comissão Europeia em Portugal, as “baixas aptidões e
competências digitais dos alunos” e a “necessidade de integrar na formação dos
professores a utilização eficaz das tecnologias da informação e da comunicação”
são alguns dos desafios identificados como mais “prementes”, embora
“solucionáveis”.
O painel de especialistas prevê que,
dentro de um ano ou menos, a utilização de tablets e de serviços online
venha a ser comum em muitas escolas europeias, de forma usar aplicações do
Google, o Skype e o Dropbox. Além disso, a aprendizagem através de jogos de
computador e a combinação de métodos de ensino tradicional e virtual deverão
passar a fazer parte do ensino nos próximos dois a três anos. Os especialistas
estimam ainda que, dentro de quatro a cinco anos, haverá “laboratórios virtuais
e remotos” nas escolas.
Estas são apenas algumas das tendências
identificadas neste primeiro Horizon Report Europe: 2014 Schools edition,
da Comissão Europeia e do New Media Consortium, que insta as escolas a darem
resposta ao “complexo” desafio das competências digitais. E que conclui que “é
necessário tomar medidas urgentes para promover a inovação nas salas de aula,
com o objectivo de tirar partido de uma maior utilização das redes sociais e
dos recursos educativos abertos”.
A comissária europeia responsável pela
Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude, Androulla Vassiliou, considera
que “este relatório fornece informações valiosas e orientação para os
responsáveis políticos e dirigentes escolares sobre a necessidade de recorrer a
recursos digitais e abertos”. E acrescenta: “É fundamental trabalharmos para
melhorar as competências digitais e o acesso aos recursos digitais e abertos,
não só para reforçar a qualidade do ensino, mas também para criar modelos
flexíveis em matéria de educação, tornando assim mais fácil a aprendizagem ao
longo da vida.”
Facebook
Os especialistas concordaram que há duas grandes tendências iminentes: a
mudança do papel dos professores, como resultado da influência das tecnologias
da informação e comunicação, e o impacto das redes sociais, como o Facebook ou
o Twitter, que já estão a encontrar o seu caminho para entrar nas salas de
aula. Aliás, no relatório chama-se a atenção para o facto de as redes sociais
proporcionarem, nas escolas, feedback e sugestões, permitindo o diálogo
entre estudantes, pais, professores e instituição, de uma maneira menos formal.
Todas estas questões serão discutidas
com mais profundidade em Dezembro, no âmbito da conferência europeia Educação
na era digital, organizada pela Comissão Europeia e pela presidência italiana da
União Europeia. @ PÚBLICO
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