Chegaram a Portugal com um visto especial de refugiado e cada uma delas deixou o Afeganistão por via terrestre em direção ao Paquistão ou ao Irão, consoante a segurança e a proximidade, e de lá voaram para Lisboa. Um detalhe: a viagem não podia ter escalas em qualquer país do espaço Schengen já que, por definição dos acordos europeus, seriam forçadas a pedir asilo logo nesse país.
Conheça as suas histórias:
Fayeza nunca tinha estado numa praia com mar antes de chegar a Portugal. Em menos de uma semana deixou de usar o lenço a cobrir-lhe a cabeça
Tamana Azhir licenciou-se em Biologia, trabalhava como assistente de laboratório na Universidade de Cabul e estagiava para uma empresa britânica. Quer trabalhar em indústria e segurança alimentar. “O meu sonho é descobrir algo novo, fazer algum tipo de descoberta.”
Elaha dava aulas na faculdade de Cabul. Elaha sai todas as manhãs para correr - “O fresco da manhã dá-me uma sensação de felicidade”.
Zainab Alawi, quase como pena de prisão, não saiu de casa durante dois anos. Setecentos e trinta dias. Ainda tem bem presente o que é ter apenas a escuridão como expectativa para a vida.
Neda Ravazi escapou antes da indesejada proposta de casamento lhe bater à porta. “Se vissem um pai com mais filhas do que filhos, forçavam os casamentos." Neda tem aulas de português “Eu gosto muito da língua. É difícil, mas estou a tentar aprender”.
Maliha Asadi formou-se em Geologia, vai continuar os estudos num mestrado na mesma área. “Agora estou feliz por poder fazer tudo aquilo que quero. É importante que cada um de nós faça aquilo que quer. Tenho uma boa vida aqui.”
Zainab descreve “Uma coisa má no Afeganistão é que não podia fazer as coisas que gostava, como o basquetebol. Não podia jogar basquetebol lá e aqui posso.”
Fatima Tanin relembra os dias bem sombrios. No entanto, refere “Estou aqui e estou feliz com o meu futuro.”
Leia aqui a reportagem, com a atenção que elas merecem.
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