Cientistas da NASA têm-se deparado com um fenómeno para o qual não encontram explicações: a massa de muitos exoplanetas está a diminuir.
Há muitas ‘super-Terras’ (que têm até 1,6
vezes a largura do nosso planeta) e muitos sub-Neptunos (com cerca de 2 e 4
vezes o diâmetro da Terra) mas quase não existem planetas intermediários. “Os
cientistas de exoplanetas têm dados suficientes agora para dizer que esta
lacuna não acontece por acaso. Há algo a acontecer que impede os planetas de
atingir e/ou permanecer neste tamanho”, referiu Jessie Christiansen, cientista
da Caltech e líder científica do ‘Exoplanet’ da NASA.
Segundo os cientistas, pode dever-se ao facto
de alguns sub-Neptunos encolherem – ou seja, perdem as suas atmosferas até
ficarem tão pequenos como uma super-Terra. De acordo com a investigação de
Christiansen, os mundos encolhem porque a radiação dos núcleos dos planetas
empurra as suas atmosferas para o espaço, referiu a especialista, num estudo
publicado no ‘The Astronomical Journal’.
Os exoplanetas em contração podem não ter
massa (e, portanto, gravidade) para manter as suas atmosferas próximas, um
mecanismo que ainda permanece obscuro para a comunidade científica. No novo
estudo, é apontada a hipótese que os cientistas chamam de “perda de massa
alimentada pelo núcleo”, que ocorre quando o núcleo de um planeta emite
radiação que empurra a sua atmosfera para baixo, fazendo com que esta se separe
ao longo do tempo.
Há uma segunda hipótese, chamada
fotoevaporação, que teoriza que a atmosfera de um planeta é dissipada pela
radiação da sua estrela hospedeira. A fotoevaporação, no entanto, ocorre quando
um planeta tem 100 milhões de anos – e a perda de massa alimentada pelo núcleo
pode acontecer mais perto do bilionésimo aniversário do planeta.
Para testar as duas hipóteses, a equipa de
Christiansen examinou aglomerados de planetas com mais de 100 milhões de anos,
que terão aproximadamente a mesma idade das suas estrelas hospedeiras, que
podem ter experimentado a fotoevaporação embora não o suficiente para a perda
de massa alimentada pelo núcleo. Os cientistas descobriram que a maioria dos
planetas manteve a sua atmosfera, tornando a perda de massa alimentada pelo
núcleo a causa mais provável.
“No entanto, trabalhos recentes sugerem uma sequência contínua de perdas de massa onde operam ambos os processos”, concluiu Christiansen. Fonte: Sapo
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