O ‘sol artificial’, que custou um bilião de dólares à China, acaba de bater mais um recorde, ao aquecer plasma a uma temperatura cinco vezes superior à do Sol durante 17 minutos.
O reator de fusão nuclear Tokamak Supercondutor Experimental Avançado (EAST no acrónimo em inglês) da China estabeleceu um novo recorde ao atingir 70 milhões de graus centígrados durante 1056 segundos, segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua News. O projeto de um bilião de dólares da China aproxima-se assim da criação de uma fonte de energia limpa ilimitada. O anterior recorde tinha sido estabelecido pelo Tore Supra Tokamak, localizado em França, em 2003, que durante 390 segundos atingiu a mesma temperatura. Já em 2021, o próprio EAST estabelecera um outro recorde – 101 segundos a 120 milhões de graus.
Os investigadores procuram colher energia proveniente da fusão nuclear há 70 anos, através da fusão de átomos de hidrogénio, num processo semelhante ao que acontece em estrelas como o Sol.
O desafio de replicar as condições do interior das estrelas não tem sido fácil, conta a publicação Space.com, com a abordagem mais comum a ser a dos reatores de fusão, os tokamak, que superaquecem plasma dentro de uma câmara de reator em forma de dónute, com campos magnéticos poderosos. Até aqui, não se tem conseguido gerar mais energia do que aquela que se consome em todo o processo, com as necessidades a serem elevadas para lidar com o plasma que não está quente o suficiente para se fundir.
O projeto chinês termina em junho e, por essa altura, terá custado um bilião de dólares. O EAST está a ser usado para testar novas tecnologias também para o ITER, o International Thermonuclear Experimental Reactor, que está a ser construído em Saint-Paul-lez-Durance, França, e prevê uma colaboração entre 35 países, incluindo China, EUA, Reino Unido, Índia e membros da União Europeia – contando também com tecnologia e engenharia portuguesa.
A China continuará os seus programas de desenvolvimento de reatores de fusão nuclear e estima-se que os EUA completem uma primeira iteração neste campo em 2025. Também uma empresa britânica anunciou a intenção de comercializar energia gerada desta forma já em 2030. @ Exame Informática
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