Hoje, o rosto da escola que damos a conhecer é o de Leonilda Costa, docente de Psicologia.
O CRESCER quis saber que balanço faz da sua carreira, como vive a sua ligação às origens, aos animais e à família.
Que balanço faz da sua carreira profissional?
O meu balanço de carreira profissional é muito positivo em
relação a tudo: aos alunos, à escola, aos colegas, aos funcionários. Sempre
tive o sonho de ser professora. Em criança, colocava as bonecas em fila
e as minhas brincadeiras passavam por ensiná-las. A minha profissão sempre foi muito
gratificante, pelo que não tenho momentos muito negativos. Vejo a reforma com
um bocadinho de ansiedade, mas vou fazer quarenta anos de carreira, pelo que
tem de ser. Outra coisa que torna a minha profissão gratificante são os meus
alunos e o relacionamento que ainda hoje mantenho com alguns. Nós, professores,
apreciamos muito os bons alunos e, quando havia exame, era muito compensador
vê-los a ter bons resultados, mas os que não eram/são tão bons também merecem o meu
carinho e a minha estima, porque, às vezes, esforçam-se e não conseguem ou,
outras vezes, não se esforçam sequer porque são muito jovens e não têm sentido
de responsabilidade. Ajudá-los a crescer é maravilhoso, porque eles são
realmente a pedra basilar da minha carreira, aquilo que é muito importante para
mim.
Que ligação tem às suas
origens?
Lousada |
Ermesinde |
Platão, o cão, e Julieta, a gata adotada pelo Platão |
O CRESCER conhece a sua paixão por animais...
Sempre tive uma paixão muito grande por animais e tenho tido,
ao longo da minha vida, gatos, cães, tartarugas e passarinhos. Neste momento,
tenho um cão, o meu Platão, uma gata que adotei e outra vadia que começou a
andar pelo jardim e foi adotada pelo Platão. Acho que os animais nos trazem
coisas novas constantemente. Têm comportamentos espetaculares. Às vezes, chegamos
a casa, o marido está mal disposto, mas o cão está sempre a abanar a cauda e as
gatas, mesmo a vadia, vêm-me esperar. Não consigo viver sem qualquer animal,
aliás, às vezes penso “se morrer um dia, quem vai ficar com os meus animais?”.
Gostava de ter outro tipo de espécies, como um burro ou uma cabrinha de
estimação na aldeia, mas isso requer muito trabalho, tempo e força suficiente para
cuidar deles, o que é difícil. Não consigo criar animais para matar. Já tive
galinhas e patos, mas nunca coragem para matar nem comer. Acho que eles nos
trazem coisas muito importantes, até para as crianças, daí que goste muito que
o meu neto conviva com eles, é uma forma de desenvolver a afetividade e
aprender que não são peluches, mas seres vivos que nós temos de respeitar e
tratar bem.
A família é realmente muito importante. Sempre fui muito
ligada à minha. Tenho um casamento de quarenta anos, os meus filhos e agora uma
alegria muito grande, o meu neto. Não o criei, mas vai visitar-nos e, apesar de
não termos acreditado nisto quando nos diziam, fazem-se coisas com os netos que
não se fizeram com os filhos. O meu marido era muito exigente com os filhos e
não se jogava à bola dentro de casa, por exemplo. Agora, joga-se à bola na
sala, anda-se de kart na sala, muita
coisa. O meu neto é um miúdo fantástico, muito vivo, muito meigo e sempre muito
alegre. Somos uma família a rejuvenescer graças a ele, o que é fabuloso. Depois
do nascimento dos meus filhos, o nascimento do meu neto é o mais importante
para mim. Nesta fase da vida em que parece que não temos muitas alegrias, surge
assim uma lufada de ar fresco. Está tudo muito sossegado, entra o Bernardo e
tudo fica diferente. É das melhores coisas!
Ana Pinto e Rita Almeida
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