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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

as escolhas de...

Todas as sextas-feiras o CRESCER vai andar por aí a fazer perguntas e vai querer conhecer as escolhas dos visados.




Desta vez, pedimos as escolhas relativas a um filme, um local, uma personalidade do mundo da informática...



As escolhas de Teotónio Silva, docente de Informática.




Um filme


Eu achei muito interessante o filme A Escolha de Sofia, em que participa a Meryl Streep. Gosto muito dela, mas há ainda outro em que ela participa, Kramer contra Kramer, que eu aprecio bastante.
Este filme relata uma luta jurídica de um casal divorciado pela custódia do filho. A mãe, na sequência da sua vida conjugal, saiu de casa e, mais tarde, quis ficar com o filho. O pai, por sua vez, recusa-se, passando-se a ação quase toda em tribunal. Entretanto, o pai consegue ficar com a criança, mas, no fim, mesmo tendo ganho o caso, deu- a à mãe porque achou que ela lhe era muito importante.

Um local
Gosto da zona Norte. Um tio meu, por volta de 1950, foi viver para Vila Real e eu ia muitas vezes para lá quando era pequeno. Adorava as viagens de comboio da Régua e as que fazia pelos montes.

Por outro lado, eu nasci em Bissau e gosto bastante da minha terra, apesar de haver muitos sítios que ainda não conheço. No ano passado voltei lá e senti que, trinta anos depois, já não conhecia nada e, às vezes, é preciso voltar às raízes para não as perder. Tenho muitas recordações do tempo que passei, da paisagem, do cheiro, do calor humano. As pessoas são mais ou menos iguais em todos os sítios, isto é, encontramos em todo lado gente boa e gente má e criamos as nossas companhias. No primeiro contacto não conseguimos perceber como é que as pessoas são, mas temos de pensar com as nossas cabeças. Encontramos pessoas boas em todo o lado, desde que tenhamos essa sorte. E, por isso, acho que tenho tido sorte porque as tenho encontrado durante a minha vida.


Uma personalidade do mundo da Informática e da Tecnologia


Eu gosto do Steve Jobs. Acho que é um visionário, uma pessoa que pegou na arte e a trouxe para a tecnologia, que não serve de nada se for só tecnologia. Se soubermos só daquilo, temos uma visão muito reduzida das coisas. A tecnologia ajuda-nos a atingir outros objetivos, mas não devemos olhar para ela restritamente, porque a nossa vida não pode estar completamente absorvida por isso. A tendência é, e continuará a ser, ter tecnologia em tudo. Houve uma altura, por exemplo, em que se falou em colocar chips às crianças, como se faz aos animais. A tecnologia sim, mas com limites. É muito importante ter momentos em que ela não nos vem “incomodar”, em que podemos conversar, ler um livro e abstrairmo-nos do mundo em vez de estarmos constantemente a ser solicitados por outras coisas.  É importante deixar que as questões mais tradicionais, as questões filosóficas e a interação real com os outros (como a conversa) dominem o nosso pensamento, não a tecnologia. Mas, infelizmente, está a acontecer o contrário. O problema é que há cada vez mais pessoas que sabem muito sobre tecnologia e que não sabem mais nada. Isso é muito mau.

Ana Pinto e Rita Almeida

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