O
que será este objeto de tonalidade avermelhada? Será uma nave espacial camuflada? Será de uma civilização alienígena avançada para espiar a Terra? |
Para além dos astros de grandes
dimensões que encontramos no céu noturno, tais como estrelas e planetas,
existem muitos outros de menor dimensão que surgem com menor frequência e que,
porventura, nem sequer os podemos ver à vista desarmada. Destes vou referir os
cometas e os asteroides.
Identificamos os cometas pelo
modo como se mostram no céu quando estão próximos do Sol. É então que a luz
intensa do Sol aumenta a temperatura da sua superfície, de tal modo que provoca
a volatização do gelo que se encontra próximo da sua superfície. Os vapores,
conjuntamente com poeiras, são ejetados do cometa a grande velocidade,
funcionando como pequenos jatos que aceleram ou retardam ligeiramente o cometa.
Por curiosidade, a cauda do
cometa, formada por este material ejetado, está sempre voltada para o lado
oposto do Sol. Isto acontece porque o vento solar e a radiação intensa exercem
uma pressão que as arrasta radialmente e para longe.
Ao contrário, os asteroides são
rochosos e por isso não têm material a volatizar. Sem jatos de matéria o seu
movimento é determinado apenas pela gravidade do Sol e, porventura, pela
aproximação de algum planeta.
Recentemente, em novembro de
2017, a NASA descobriu um pequeno astro com uma forma alongada de cerca de 400
m de comprimento e aproximadamente 40 m de largura e altura.
Como quando estava próximo do Sol
não apresentava cauda, concluiu-se que o novo astro era um asteroide. Além
disso, pela sua trajetória e velocidade - na posição mais próxima do Sol a sua
velocidade alcançou quase 88 quilómetros por segundo, o que é superior à
velocidade de escape - pode-se concluir que o asteroide tinha origem
extrassolar.
Nomearam-no de “Oumuamua” que
significa, em havaiano, o mensageiro veloz vindo de longe.
Aconteceu que, após Oumuamua ter
contornado o Sol e iniciar o seu afastamento, tinha uma variação de velocidade
em cada intervalo fixo de tempo (a aceleração) ligeiramente superior à que se
esperaria se estivesse sujeito apenas à gravidade, como é característico nos
asteroides. Este facto poder-se-ia explicar se Oumuamua fosse, antes, um
cometa.
A indefinição do asteroide ou
cometa ficou patente na apresentação deste astro num artigo científico. Esta
indefinição, conjuntamente com a forma alongada do astro, alimentou
especulações.
Será que Oumuamua é uma nave
espacial enviada por uma civilização mais avançada para nos espiar? Será que
este astro é o destroço de alguma grande nave? Será que é uma nave vindo do
futuro para nos espiar? Para alguns, o mistério adensou-se…
Como durante a passagem de
Oumuamua pelo Sistema Solar foi observada por telescópios, inclusive pelo
Hubble, e por radiotelescópio e não foi detetada alguma atividade ou emissão de
radiofrequências, como seria de esperar de uma civilização avançada, estas
hipóteses foram menorizadas.
Foi, sim, o primeiro astro que
atravessou o Sistema Solar vindo do exterior a ser observado. Por este motivo, foi
catalogado pela União Astronómica Internacional por “1i”, por ter sido o
primeiro objeto de uma nova classe de astros, os interestelares.
A passagem do mensageiro vindo
dos confins do Universo foi rápida e esteve a uns “meros” 300 milhões de
quilómetros da Terra.
Agora, Oumuamua afasta-se a
grande velocidade do Sistema Solar numa viagem interminável no escuro espaço
interestelar. Provavelmente, daqui a alguns anos até o seu nome estará
esquecido.
Outros poderão vir?
Provavelmente, sim. Os astrónomos procuram-nos. Poderá ser que, o próximo, no
pouco tempo da sua visita, seja mais intensamente explorado. Os astrónomos
estão-se a preparar para isso e até pode ser que encontrem alguma nave
espacial!
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