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quarta-feira, 1 de maio de 2013

1 de maio: "Maio, maduro Maio"


Do disco "Cantigas de Maio" de Zeca Afonso, 1971

Um pouco de história:
Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos.
Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, no dia 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.
Em 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.
A luta dos trabalhadores dos Estados Unidos conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia.
Em Portugal: 
O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).

2 comentários:

SCoutinho disse...

Escravatura do sec. XXI

Hoje, uma gigantesca vaga de seres humanos pulula, particularmente nas zonas metropolitanas, ao sabor do acaso e serpenteia no deserto do abismo, cansada da peste consumista, tresandando no desânimo do desespero e representando já o maior enxovalho à VIDA, representando talvez e até o maior desastre humano do nosso tempo; constitui, porventura uma outra etapa da destruição maciça, pior, muito pior do que a que o mundo outrora conheceu e sentiu, mas desta vez, no serpentear dos modernos tempos dos avanços científico e tecnológico. Refiro-me ao enorme exército de desempregados, à escravatura instalada, à humilhação institucionalizada que suporta a estrutura democrática da nova Europa.
A nova Europa símbolo da nova escravatura do sec. XXI.
SCoutinho, no 1º de Maio

Maria Luísa disse...

Verdade!