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sexta-feira, 3 de maio de 2013

IR e LER (a maternidade)

No fim de semana em que se comemora o dia da mãe, o CRESCER sugere um destino, uma tira de BD e um poema alusivos ao ato de dar à luz, de "parir" novas vidas, de ser mãe (mãe-terra, mãe-mulher, mãe-gente).
Homenageie a vida, celebre e cante a Mãe.

IR
Pedras parideiras atraem milhares à serra da Freita
Pedras parideiras atraem milhares à serra da Freita
A Casa das Pedras Parideiras assinala, esta sexta-feira, os seus primeiros seis meses de atividade e contabiliza já mais de 12.000 visitantes, pelo que a Câmara de Arouca atribui ao projeto "uma das melhores performances do país em custo-benefício".

Em causa está o centro interpretativo dedicado ao fenómeno geológico que, sendo conhecido como "pedras parideiras"*, só é observável nesse local preciso do planeta: a aldeia da Castanheira, na freguesia de Albergaria, no topo da serra da Freita.@ JN 

*parideira s. f. 1. Fêmea em idade de parir. 2. Fêmea muito fecunda
Pedras Parideiras são um fenómeno geológico raro, um tipo de pedras que brotam de uma rocha-mãe, um bloco nodular de origem granítica com 1000 x 600 m, daí o nome Parideiras. Os nódulos de 1 a 12 cm de diâmetro com formas discóides e biconvexas são compostos pelos mesmos elementos mineralógica do granito, a camada externa é composta por biotite e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspatopotássico. Estes nódulos ao desincrustarem-se dos núcleos da rocha-mãe por termoclastia/crioclastia deixam uma camada externa em baixo relevo nos núcleos da rocha-mãe e espalham-se à volta desta.
As Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na tradição ancestral da região, esta tradição está ainda presente nas populações locais. Acredita-se que dormir com uma pedra parideira debaixo da almofada aumenta a fertilidade.
As Pedras Parideiras estão situadas na Serra da Freita em Portugal e na Rússia, perto de S. Petersburgo.
São um fenómeno raro no Planeta Terra; este sendo o motivo para que se pede aos visitantes destes locais que não recolham pedras para uso pessoal. @ Wikipedia
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Mafalda, sempre Mafalda...
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LER
"Poema à mãe" de Eugénio de Andrade

No mais fundo de ti, 
eu sei que traí, mãe 

Tudo porque já não sou 
o retrato adormecido 
no fundo dos teus olhos. 

Tudo porque tu ignoras 
que há leitos onde o frio não se demora 
e noites rumorosas de águas matinais. 

Por isso, às vezes, as palavras que te digo 
são duras, mãe, 
e o nosso amor é infeliz. 

Tudo porque perdi as rosas brancas 
que apertava junto ao coração 
no retrato da moldura. 

Se soubesses como ainda amo as rosas, 
talvez não enchesses as horas de pesadelos. 

Mas tu esqueceste muita coisa; 
esqueceste que as minhas pernas cresceram, 
que todo o meu corpo cresceu, 
e até o meu coração 
ficou enorme, mãe! 

Olha — queres ouvir-me? — 
às vezes ainda sou o menino 
que adormeceu nos teus olhos; 

ainda aperto contra o coração 
rosas tão brancas 
como as que tens na moldura; 

ainda oiço a tua voz: 
          Era uma vez uma princesa 
          no meio de um laranjal...
 

Mas — tu sabes — a noite é enorme, 
e todo o meu corpo cresceu. 
Eu saí da moldura, 
dei às aves os meus olhos a beber, 

Não me esqueci de nada, mãe. 
Guardo a tua voz dentro de mim. 
E deixo-te as rosas. 

Boa noite. Eu vou com as aves. 

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