A propósito do Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, dia instituído pela Organização das Nações Unidas, celebrado no dia 6 de Fevereiro e que tem como objetivo erradicar esta prática, dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) enviados à agência Lusa mostram que no ano passado foram registados 254 casos, o que representa um aumento de 13,9% em relação ao ano anterior.
Não foi registado nenhum caso praticado em Portugal e os dados da DGS dão conta de que "existe uma predominância de casos realizados na Guiné-Bissau (65,4%)", com 166 registos. A seguir aparece a Guiné Conacri, com 67 casos (26,4%), a Gâmbia e o Senegal, ambos com oito casos, a Nigéria, com duas situações, e Gana, Egito e Costa do Marfim, cada um com um registo.
Quando os casos de MGF foram detetados, as mulheres tinham quase todas mais de 18 anos (98,4%), mas a média de idade aquando da realização do procedimento é de 7,7 anos, com casos que vão desde os 6 meses aos 44 anos, sendo que "em cerca de 70,9% dos casos, a mutilação ocorreu até aos 9 anos de idade".
A maior parte dos casos foi detetada no decorrer do acompanhamento de uma gravidez, com 30,9% das situações registadas no parto, 17,7% no puerpério e 11,8% em consultas de vigilância. Fora destas situações estão 15,7% de casos detetados nos cuidados hospitalares e 15,7% nos cuidados de saúde primários.
Mais de metade dos casos detetados (55,1%) era de tipo I, com a remoção total ou parcial do clítoris, enquanto 40,9% diziam respeito a mutilação de tipo II, quando há a remoção parcial ou total do clitóris e dos pequenos lábios, com ou sem excisão dos grandes lábios.
No entanto, os serviços de saúde encontraram oito mutilações de tipo III, o mais grave e que consiste no estreitamento do orifício vaginal, corte e aposição dos pequenos lábios e/ou dos grandes lábios, com ou sem excisão do clítoris.
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