É vulgar o cidadão comum pensar que os professores entram em férias quando os alunos terminam as atividades letivas. Que falsa e injusta ideia!
Como sabem, está a chegar ao fim a primeira fase de exames. Ao mesmo tempo que os exames decorrem, há toda uma série de atividades que acontece nas escolas. O CRESCER vai tentar lembrar-se de todas.
Tudo começa com os conselhos de turma para aprovação de classificações dos alunos, balanço das atividades levadas a cabo e sugestões para o ano seguinte.
Depois, há uma reunião geral de preparação para os exames nacionais e de equivalência à frequência. É necessário haver um secretariado de exames, composto por vários professores, responsável por receber as provas emanadas pelo IAVE e entregues em mão pela PSP. Por cada exame que se realiza é necessário haver dois professores coadjuvantes da prova e são necessários dois professores vigilantes por cada sala e uma bolsa de professores suplentes. Há ainda os professores classificadores que corrigem as provas de exame e que reportam ao agrupamento de exames as classificações em prazos bem definidos.
Enquanto esta parafernália acontece, outros professores vão encerrando o ano letivo em curso e preparando o novo. Para tal, formam-se equipas de docentes para atuarem em todas as áreas.
No caso dos anos finais dos cursos profissionais, decorrem ainda as Formações em Contexto de Trabalho (FCT) e as Provas de Aptidão Profissional (PAP) que arrastam consigo equipas de professores, diretores de turma, diretores de curso, júris de apreciação das provas e novos conselhos de turma.
Há equipas de verificação dos documentos produzidos ao longo do ano - atas; pautas; dossiers; PIAs.
A equipa do Conselho Pedagógico reúne com afinco para definir as linhas de atuação do novo ano, de acordo com legislação que chega às escolas permanentemente.
As várias equipas de projetos vão realizando os seus relatórios finais e preparando as propostas de trabalho para o ano subsequente.
A equipa/Secção de Avaliação do Desempenho Docente (SADD) vai analisando e avaliando os relatórios dos docentes.
Outras equipas vão fazendo as turmas dos vários níveis de ensino para o próximo ano letivo.
A equipa de horários vai definindo os horários das turmas e dos docentes, de acordo com instruções superiores.
Outras ainda vão preparando as receções de setembro: aos alunos, ao pessoal docente e não docente.
Outros vão fazendo ou dando formação sobre assuntos prementes.
Todos vão planeando as atividades a realizar por grupos disciplinares, ou departamentos, ou escola.
E chega o final de julho e ainda não está tudo concluído. É preciso continuar, pois logo no dia 2 de setembro inicia-se a 2ª fase de exames (que vai provocar ajustes na formação das turmas) e é necessário, de novo, toda a organização referida no quarto parágrafo deste texto.
Por tudo isto, a maioria dos professores goza as suas férias unicamente no mês de agosto, havendo alguns elementos que obrigatoriamente têm de estar presentes na escola para garantir os serviços que retomam em setembro.
E depois, depois, arranca o novo ano letivo 2021/22 e é necessário que tudo esteja pronto.
Compreende agora, caro leitor, porque o CRESCER iniciou o texto com a observação: "É vulgar o cidadão comum pensar que os professores entram em férias quando os alunos terminam as atividades letivas. Que falsa e injusta ideia!" ?
Pois é, os professores são multitask para que os seus alunos possam ter as melhores condições do mundo. E nesta "casa" não se evitam esforços para que tal aconteça.