Muitos doces e pouca fruta e legumes. É esta a conclusão do estudo da DECO que analisou os hábitos alimentares dos portugueses. Mais de um terço aponta razões económicas para o desleixo alimentar.
O inquérito foi feito em dezembro de 2016 a 1.346 portugueses entre os 30 e os 80 anos
STEPHANIE LECOCQ/EPA |
Quatro em cada 10 pessoas inquiridas pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor comem doces todos os dias, com o chocolate no topo da lista, e a maioria consome menos fruta e legumes do que devia.
De acordo com os dados do inquérito da Deco sobre hábitos alimentares, que será publicado da edição de agosto da revista Teste Saúde, 77% dos inquiridos não têm hábitos saudáveis e mais de um terço (36%) aponta as dificuldades económicas como principal motivo. O inquérito revela ainda que as leguminosas também não entram no prato tantas vezes como seria desejável, tal como os laticínios e o peixe.
Feito em dezembro de 2016, a 1.346 portugueses entre os 30 e os 80 anos, o inquérito revela igualmente que um terço (33%) não tem hábitos alimentares saudáveis porque simplesmente não consegue resistir a comida menos saudável e 30% é por falta de tempo. Segundo a Deco, pouco mais de um quinto preenche os requisitos mínimos no que se refere à adoção de hábitos alimentares saudáveis. Porém, quatro em cada 10 pensam que estão a seguir todos os preceitos.
Ainda assim, a maioria (77%) garante ter alterado um comportamento alimentar ou mais nos últimos dois anos, sobretudo para prevenir problemas de saúde. Metade passou a beber menos refrigerantes, quase metade (48%) menos doces e mais de um terço (38%) menos alimentos pré-embalados. O inquérito revela ainda que 8% alteraram os hábitos alimentares devido à diminuição dos rendimentos da família. Neste caso, baixou o consumo de peixe, carne, fruta, vegetais e produtos biológicos e integrais.
Quatro em cada 10 inquiridos julgam ter comportamentos muito saudáveis, mas, pelo índice da Deco, tal não corresponde à verdade. Carla Ferreira, psicóloga clínica ouvida pela Deco para esta edição, considera que esta diferença de perceção pode estar relacionada com a informação errada que circula, nomeadamente, na internet.
Os dados revelam ainda que três em cada 10 inquiridos tomam suplementos alimentares, sobretudo cálcio, potássio e magnésio, vitaminas C e D e complexos vitamínicos, mas grande parte não apresenta qualquer doença relacionada com a alimentação.
A Deco recorda que a toma de suplementos alimentares só está recomendada quando as necessidades alimentares não são supridas pela dieta e que o consumo deste tipo de produtos em excesso pode mesmo ser prejudicial para o organismo. @ Observador
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