São do conhecimento geral as atrocidades que se passam no Uganda há longos 25 anos. Se não são, este vídeo da Invisible Children teve, pelo menos, esse mérito: deu a conhecer.
Hoje, a campanha da Invisible Children tornou-se num fenómeno viral da Internet, com mais de 52 milhões de visionamentos, mas os críticos dizem que falhou o alvo sobre aquilo que o Uganda agora precisa. De qualquer forma, há que consciencializar que o senhor da guerra ugandês Joseph Kony liderou um grupo rebelde responsável pelo rapto de umas 60 mil crianças ao longo de 25 anos.
O diretor da Action Aid no Uganda, Arthur Larok, com nove anos de experiência a liderar programas do Fórum Nacional de ONG naquele país, considera que a estratégia de internacionalização da campanha Kony 2012 "teria sido muito eficiente há uns seis ou dez anos", mas neste momento "não será mais do que um apelo que faz sentido na América, da forma como a Internet funciona, mas não para o Uganda", onde se colocam desafios muito maiores do que a captura do líder do LRA.
"Anos depois de Kony ter saído do Uganda, acho que [a Invisible Children] está a apelar a emoções que não são já muito eficazes. As circunstâncias no Norte do país mudaram: não há guerra e o Governo e muitas organizações não governamentais estão a reconstruir e a melhorar a vida das crianças, na educação, na saúde, no saneamento básico, nas condições essenciais de vida. Uma campanha internacional que não ponha o enfoque nestes objetivos não é útil nesta altura", avalia. Peter Bradshaw, crítico de cinema do diário Guardian, defende porém que Kony 2012 "é simplesmente brilhante como peça de ativismo digital", e cuja popularidade-relâmpago testemunha como "já alcançou um dos seus objetivos, o de pôr nas bocas do mundo os crimes horríveis cometidos por Kony".
"Anos depois de Kony ter saído do Uganda, acho que [a Invisible Children] está a apelar a emoções que não são já muito eficazes. As circunstâncias no Norte do país mudaram: não há guerra e o Governo e muitas organizações não governamentais estão a reconstruir e a melhorar a vida das crianças, na educação, na saúde, no saneamento básico, nas condições essenciais de vida. Uma campanha internacional que não ponha o enfoque nestes objetivos não é útil nesta altura", avalia. Peter Bradshaw, crítico de cinema do diário Guardian, defende porém que Kony 2012 "é simplesmente brilhante como peça de ativismo digital", e cuja popularidade-relâmpago testemunha como "já alcançou um dos seus objetivos, o de pôr nas bocas do mundo os crimes horríveis cometidos por Kony".
2 comentários:
A polémica instalou-se mas ninguém tira o valor do vídeo.
Polémicas à parte, o vídeo mostra o que nem todos sabiam. E o fenómeno viral nas redes sociais vale por isso.
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