De um videojogo nasce uma história que tem de ser vista. "The last of us", da autoria de Craig Mazin e Neil Druckman, está disponível na HBO Max e conta com novos episódios às segundas-feiras.
Sim, é sobre infetados que se tornam quase zombies, mas é tão mais do que isso. Há três anos, antes de a palavra covid-19 dominar por completo a nossa existência, ninguém se imaginava fechado em casa, com medo de um desconhecido em forma de bichinho capaz de matar. Por isso, não será assim tão difícil de nos imaginarmos no caos apocalíptico da série "The Last of Us", da HBO, criada por Craig Mazin (ainda se lembra da brilhante série "Chernobyl"?) e Neil Druckmann.
Vinte anos depois de um surto causado pelo fungo "cordyceps", que começou nos EUA - e ainda sem uma vacina capaz de o conter - os sobreviventes tentam ao máximo escapar aos infetados: com uma mordida fazem-se monstros. E é nesse cenário de medo e destruição que Joel (é Pedro Pascal e está tudo dito, certo?) assume a missão de levar Ellie (Bella Ramsey) em segurança a um laboratório específico, num local afastado da zona de quarentena. A adolescente é a grande esperança da humanidade: a única imune ao fungo.
A transformação emocional que as duas personagens sofrem ao longo dos episódios é de uma beleza desconcertante. Da indiferença total, causada pela dor da perda, nasce um amor quase de pai e filha. E por falar em amor, tome nota. O episódio 3 da série, que estreou em meados de janeiro, é o hino de que todos precisávamos nesta altura de guerra, violência, ódio e discriminação. Uma história de amor puro entre duas pessoas, pouco importa se dois homens ou duas mulheres. Amor só, sem género e sem cor. Amor.
Mas há mais emoções nesta viagem. Reencontros familiares após décadas de separação (fui a única frustrada com o encontro entre irmãos?), momentos de incrível tensão e cenários que conseguem ser maravilhosos apesar de partirem da ruína absoluta. Há que admitir: é quase romântica a beleza de um centro comercial abandonado há anos e completamente arrasado. Mais uma coisa: a série é baseada num videojogo com o mesmo nome, lançado em 2013. Mas, sinceramente, isso não faz diferença nenhuma. A história é boa, tem tudo e podia ser real. texto de Mariana Albuquerque @ JN
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