Muito além de aproveitar para desligar uns minutos do trabalho durante a hora de almoço ou aproveitar para olhar com mais atenção para o que o rodeia, andar tem inúmeros benefícios para o corpo, mas também para a mente. Quem o diz é a psicóloga clínica Filipa Jardim da Silva.
“A maior parte das pessoas associa o exercício físico a benefícios corporais. Mas quando nos exercitamos, por exemplo, a caminhar ou a correr, não estamos só a melhorar a nossa capacidade aeróbica e resistência cardiovascular, estamos também a fortalecer a nossa saúde mental”, explica a especialista. “Encaro o exercício físico como uma medicação natural. Alerto sempre que para obtermos benefícios não precisamos de nos tornar atletas profissionais nem precisamos de nos inscrever num ginásio.”
Segundo explica a psicóloga, ao andarmos, mesmo que sejam apenas durante alguns minutos por dia, estamos a melhorar vários aspetos do nosso foro psicológico. A auto perceção, a auto estima, o humor, a qualidade do nosso sono, os níveis de stresse e a ansiedade são apenas dos pontos que podem ser influenciados pelo simples facto de fazermos uma caminhada diária.
A especialista vai ainda mais longe e explica que a atividade física, seja a corrida ou uma simples caminhada, pode ser um poderoso recurso para combater — e até mesmo prevenir — a ansiedade e a depressão. E tem tudo a ver com o nosso cérebro.
“Quando fazemos exercício promovemos mudanças positivas no nosso cérebro, incluindo crescimento neuronal, redução de inflamação, ativação de padrões neuronais promotores de calma e bem-estar e libertação de endorfinas, dopamina e serotonina – químicos impactantes na qualidade do nosso humor e da nossa energia”, explica Filipa Jardim da Silva. “Caminhar ou correr são também práticas de atividade física distratoras, permitindo mudar o foco de pensamento, interromper circuitos fechados de pensamentos circulares negativos e ativar mais o corpo.”
A psicóloga adianta ainda que ao implementar as caminhadas na rotina, o nosso cérebro sofre o impacto semelhante ao da toma de um antidepressivo. É por isso que Filipa Jardim da Silva aconselha muitos dos seus pacientes a caminharem. Além disso, uma caminhada pode facilmente transformar-se num treino de mindfulness, o que nos torna mais relaxados e até mesmo mais criativos. Basta tentar abstrair-se dos pensamentos e focar-se na respiração, nos movimentos, no ritmo a que está a andar e nas várias sensações físicas que vão surgindo ao longo do percurso. (adaptado de dobem.)
Sem comentários:
Enviar um comentário