Dr. Manuel Carneiro Ferreira Diretor do Agrupamento de Escolas de Águas Santas |
CRESCER: E qual é a
oferta formativa para o próximo ano letivo?
Sr.
Diretor: A
oferta formativa mantém-se quase inalterada - os quatro cursos
científico-humanísticos e três cursos Profissionais (Gestão, Turismo e Saúde).
A proposta de abertura do curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão
não foi aceite, dado que esta área deixou de ser considerada prioritária.
Relativamente aos cursos CEF, até ao ano letivo
transato oferecemos aos nossos alunos duas opções - Eletricista de instalações
e Técnico de Técnicas-Comercias. Recordo que até agora, esta era considerada a
solução alternativa para os alunos que, por diversas razões, não seguiram um
percurso escolar regular. A frequência de um curso CEF permitia-lhes concluir o
9º ano e obter uma certificação qualificante de nível 2. A partir deste ano, a
oferta destes cursos passa a estar mais condicionada, quer a nível das
condições de acesso, quer a nível dos estabelecimentos de ensino que os irão
administrar. A nossa Escola não foi autorizada a abrir novos cursos CEF, pelo
que no ano letivo 2012/2013 apenas funcionará o segundo ano do CEF de Eletricista
de Instalações. De referir que, no grande Porto, a tutela apenas autorizou o
funcionamento de aproximadamente 60 cursos.
Apesar de todo o empenho e do trabalho
meritório levado a cabo pelo nosso Centro Novas Oportunidades a que aludi, o
seu destino próximo é ainda incerto.
CRESCER: Como
perspetiva o futuro dos cursos profissionais?
Sr. Diretor: A tendência atual
é a de reduzir essa oferta nas escolas secundárias (lembre-se que estes cursos
são financiados por verbas comunitárias), sendo intenção superior associar
também estes cursos aos Centros de Emprego e Formação Profissional.
CRESCER: No âmbito deste nosso alargamento, tivemos a
funcionar na escola uma unidade para meninos “diferentes”, a Unidade de
Multideficiência. Como vê a integração destes jovens na escola?
Sr. Diretor: Devo dizer que,
ao nível da política e das práticas de inclusão de alunos com necessidades
educativas especiais, Portugal é apontado como um exemplo a seguir. Neste âmbito,
e por indicação da DREN, o nosso agrupamento já recebeu a visita de um grupo de
professores de diversos países europeus e um técnico do Ministério da Educação
japonês.
Não esqueçamos que o nosso Projeto Educativo
também salienta a promoção da aceitação da
diferença, a inclusão e o respeito pelos outros. Ao nível da inclusão destes
meninos “diferentes” e da aceitação da sua diferença, estamos a cumprir aqueles
desígnios. Recordo
que o Agrupamento tem duas Unidades de Apoio à Multideficiência - uma no Centro
Escolar da Gandra e outra aqui na Escola sede. No ano letivo que agora findou,
foi possível a criação desta última para albergar os alunos cuja faixa etária
tornava descontextualizada a sua permanência numa escola do 1º ciclo. Ambas as
unidades têm funcionado muito bem e os alunos estão bem integrados. Quer as
crianças quer os encarregados de educação estão satisfeitos com todos os
intervenientes (professores, técnicos e funcionários) e reconhecem os
progressos alcançados. Foi uma grande aposta que obrigou à criação de novas
condições de trabalho, maior responsabilização e organização, mas o resultado
é, de facto, muito positivo. Saliento o trabalho atento e meritório que a
equipa da Educação Especial tem vindo a desenvolver no acompanhamento de todos
os alunos NEE que frequentam as nossas escolas.
(continua)
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