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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

entrevista ao diretor (II)

(continuação da entrevista)

Dr. Manuel Carneiro Ferreira
Diretor do Agrupamento de Escolas de Águas Santas
CRESCER: E qual é a oferta formativa para o próximo ano letivo?

Sr. Diretor: A oferta formativa mantém-se quase inalterada - os quatro cursos científico-humanísticos e três cursos Profissionais (Gestão, Turismo e Saúde). A proposta de abertura do curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão não foi aceite, dado que esta área deixou de ser considerada prioritária.  
Relativamente aos cursos CEF, até ao ano letivo transato oferecemos aos nossos alunos duas opções - Eletricista de instalações e Técnico de Técnicas-Comercias. Recordo que até agora, esta era considerada a solução alternativa para os alunos que, por diversas razões, não seguiram um percurso escolar regular. A frequência de um curso CEF permitia-lhes concluir o 9º ano e obter uma certificação qualificante de nível 2. A partir deste ano, a oferta destes cursos passa a estar mais condicionada, quer a nível das condições de acesso, quer a nível dos estabelecimentos de ensino que os irão administrar. A nossa Escola não foi autorizada a abrir novos cursos CEF, pelo que no ano letivo 2012/2013 apenas funcionará o segundo ano do CEF de Eletricista de Instalações. De referir que, no grande Porto, a tutela apenas autorizou o funcionamento de aproximadamente 60 cursos.
 Apesar de todo o empenho e do trabalho meritório levado a cabo pelo nosso Centro Novas Oportunidades a que aludi, o seu destino próximo é ainda incerto.

CRESCER: Como perspetiva o futuro dos cursos profissionais?
Sr. Diretor: A tendência atual é a de reduzir essa oferta nas escolas secundárias (lembre-se que estes cursos são financiados por verbas comunitárias), sendo intenção superior associar também estes cursos aos Centros de Emprego e Formação Profissional.

CRESCER: No âmbito deste nosso alargamento, tivemos a funcionar na escola uma unidade para meninos “diferentes”, a Unidade de Multideficiência. Como vê a integração destes jovens na escola?
Sr. Diretor: Devo dizer que, ao nível da política e das práticas de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, Portugal é apontado como um exemplo a seguir. Neste âmbito, e por indicação da DREN, o nosso agrupamento já recebeu a visita de um grupo de professores de diversos países europeus e um técnico do Ministério da Educação japonês.   
 Não esqueçamos que o nosso Projeto Educativo também salienta a promoção da aceitação da diferença, a inclusão e o respeito pelos outros. Ao nível da inclusão destes meninos “diferentes” e da aceitação da sua diferença, estamos a cumprir aqueles desígnios. Recordo que o Agrupamento tem duas Unidades de Apoio à Multideficiência - uma no Centro Escolar da Gandra e outra aqui na Escola sede. No ano letivo que agora findou, foi possível a criação desta última para albergar os alunos cuja faixa etária tornava descontextualizada a sua permanência numa escola do 1º ciclo. Ambas as unidades têm funcionado muito bem e os alunos estão bem integrados. Quer as crianças quer os encarregados de educação estão satisfeitos com todos os intervenientes (professores, técnicos e funcionários) e reconhecem os progressos alcançados. Foi uma grande aposta que obrigou à criação de novas condições de trabalho, maior responsabilização e organização, mas o resultado é, de facto, muito positivo. Saliento o trabalho atento e meritório que a equipa da Educação Especial tem vindo a desenvolver no acompanhamento de todos os alunos NEE que frequentam as nossas escolas.
(continua)

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