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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

dois amantes

Deliciem-se com o poema. Comentem-no. E, se quiserem, tentem identificar quem escreveu. O mais importante é apreciarem.

Dois amantes ditosos fazem um só pão,
uma só gota de lua na erva,
deixam andando duas sombras que se reúnem,
deixam um só sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia,
não se ataram com fios senão com um aroma,
e não despedaçaram a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.
O ar, o vinho vão com os dois amantes,
a noite lhes oferta suas ditosas pétalas,
têm direito a todos os cravos.

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem.
Têm da natureza a eternidade.

1 comentário:

Sara disse...

É lindo!
Não sabia de quem era. Fiz batota e fui confirmar se o anónimo tinha razão. E tem. É de Pablo Neruda.
Mas como dizem, vale a pena apreciar sem a preocupação do nome do autor
Parabéns ao NÓS pela escolha. É lindíssimo o poema!