Todos gostamos de uma sugestão de leitura. E acreditamos mais em algumas sugestões do que noutras. O Gonçalo Morais, nosso aluno de 12º ano, gosta muito de ler e sugere um livro que todos, certamente, gostaram ou vão gostar de ler.
Fiquem com 1984, de George Orwell
Atualmente,
quando ouvimos o título do livro (1984) somos remetidos para um passado pouco
distante, contudo, quando a obra foi publicada (em 1949), não era esse o
objetivo, mas sim o contrário, que nos remetesse para um futuro pouco
longínquo.
Sendo assim,
Orwell, através de uma narrativa não muito complexa, consegue-nos transportar
para um mundo completamente diferente e inimaginável (que, para mim, apenas Saramago
consegue, no “Ensaio sobre a cegueira”, mas isso fica para outra altura) onde
estamos constantemente a ser vigiados através de uns aparelhos chamados
“telecrãs”, uma espécie de televisão com uma câmara incorporada, com a curiosidade
de não se poder desligar o som completamente e sem nunca sabermos se e quando é
que alguém nos estava a vigiar.
Esta era a
realidade encarada por Wiston Smith, um homem como todos os outros, mas que
acreditava que o mundo talvez já tivesse sido diferente, apesar de temer na
mesma a vigilância constante e daí agir com muita cautela.
Por outro
lado, numa análise mais séria, vemos que este livro serve de aviso em pelo
menos duas perspetivas, esta sociedade ergueu-se no final da segunda guerra
mundial, um período de fragilidades a todos os níveis e não podemos esquecer
que vivemos climas de tensão equiparáveis aos da guerra fria. Para além do mais,
também serve de alerta para como a vigilância constante pode ser prejudicial,
na medida em que deixamos de agir livremente, não de forma forçada, mas de
forma “forçosa”, para relatarmos constantemente a nossa vida.
Assim, faço um
apelo a todos para que leiam a obra, que nos “transporta” e cativa a cada
momento, levando-nos a pensar melhor na nossa existência, e fazendo-nos
perspetivar um futuro praticamente inimaginável mas que pode estar muito
próximo, se não nos acautelarmos.
Gonçalo Morais
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