A propósito de uma reflexão feita numa aula de Português sobre esta situação, produziram-se belos textos. Aqui se partilham dois deles.
Em 1967, Manuel Alegre escreveu “com
mãos se faz a paz se faz a guerra”. Provavelmente, o autor referia-se à
Humanidade e à capacidade que todos temos de tanto fazer o bem como o mal.
Não podia estar mais de acordo
com o escritor. Apesar de todos juntos constituirmos a Humanidade nem todos
juntos lutamos pelo bem dela. Um bom exemplo disso passa-se atualmente em toda
a Europa, onde o povo Sírio foge à guerra, guerra essa que lhes foi imposta
pelo país que os viu nascer, e que os levará à morte certa.
No entanto, apesar do mal dominar, acredito na entreajuda, na cooperação e na
razão, pois se é possível provocar tanto mal e prejudicar tanta gente, é
possível também ajudar quem não tem a sorte de viver em paz. Por isso, vejo
todos os dias testemunhos de bondade e de solidariedade de pessoas que
suspendem as suas vidas confortáveis para ajudar quem mais precisa a ter um
nível de vida digno.
Deste modo, a citação de Manuel Alegre, apesar de antiga, continua atual. O bem
e o mal, a paz e a guerra sempre viveram interligados e apesar de ser difícil, acredito
que “as mãos” que dão início a uma guerra são capazes de finalizá-la e de viver
em paz.
Diana Fernandes
As nossas mãos, por mais que soem como meras estruturas anatómicas, têm um peso e uma conotação exaustivamente marcantes. Por palavras mais nobres, Manuel Alegre descreveu o impacto das nossas mãos, escrevendo “Com mãos se faz a paz se faz a guerra”. Isto é, as nossas mãos, que nos refletem a cada atitude, acompanham quer a construção de pacificidade quer a criação de desumanidade, sendo condutoras de todo o poder que em nós reside.
As nossas mãos, por mais que soem como meras estruturas anatómicas, têm um peso e uma conotação exaustivamente marcantes. Por palavras mais nobres, Manuel Alegre descreveu o impacto das nossas mãos, escrevendo “Com mãos se faz a paz se faz a guerra”. Isto é, as nossas mãos, que nos refletem a cada atitude, acompanham quer a construção de pacificidade quer a criação de desumanidade, sendo condutoras de todo o poder que em nós reside.
Assim, por mais que se tente fugir da
guerra, ela segue cada fraqueza humana e impõe-se quando as nossas crenças a
incentivam e, como a essência de cada coisa reside, sobretudo, nas mãos de
quem a faz ou desfaz, também a guerra pode começar ou continuar connosco. Este
juízo ilustra-se, por exemplo, na crise dos refugiados: várias crenças
resultaram em conflitos religiosos, étnicos e separatistas que destroçam países
e pessoas continuamente, e o problema é ainda acentuado por muitas mãos que
permitem que os migrantes se afoguem na desumanidade dos outros.
Todavia, se há pátrias que renegam a
compaixão, há pessoas que não a deixam morrer, construindo um elo humano que se
abre pela paz, sendo quem decidiu contrariar a xenofobia e lutar pela sanidade
dos migrantes exemplo disso.
Portanto, a guerra e a paz mantêm-se
unidas não só pela sua conceção intemporal, mas também porque são feitas de
mãos que carregam a cultura, os valores e a índole de quem as usa para agir. E,
como tal, o mundo não está só nas nossas mãos mas no que elas fazem e ditam.
Rita Almeida
Sem comentários:
Enviar um comentário