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sexta-feira, 7 de junho de 2013

meninos de 12º ano, fico a ver-vos voar

Fico a ver-vos voar


Num tempo em que tudo parece insano e que alguns apelidam de tempo em que os professores fazem dos alunos seus reféns na luta que travam contra as medidas do MEC, a nossa escola teve hoje as últimas aulas de 12º ano. E são sempre aulas especiais! 
Alunos e professores não estão em lados diferentes da barricada e o que os une é muito mais do que aquilo que os separa. Em cada sala de 12º ano houve festa e lágrimas. 
Festa porque estes alunos chegaram ao fim de um longo percurso feito pelo ensino básico e secundário. E celebrou-se a chegada à meta e confraternizou-se e cantou-se e adocicou-se o paladar, como deve fazer-se em momentos destes. 
Lágrimas porque há já saudades do passado próximo. E também porque, se por um lado o futuro é o que ambicionamos, por outro lado, a casa que nos confortou durante anos deixa de ser o porto de abrigo. 
Isto de ser livre traz muita responsabilidade!
Este ano não se realizou a tradicional festa de finalistas. Questões de diferentes ordens desvirtuaram o momento que oficializa o fim deste percurso escolar. As turmas organizaram-se de diferentes maneiras. Mas o que foi comum a todas as diferentes comemorações foi o espírito de partilha e de união entre todos. Abraços e beijos à mistura com lágrimas e palavras en-tre-cor-ta-das são o mais belo exemplo de como se constrói o futuro. 
A todos quero deixar uma palavra de ternura e de reconhecimento: aos alunos, aos professores, aos pais. E também quero desejar capacidade de resiliência para um tempo incerto mas que será tão mais certo quanto mais todos, acertada e concertadamente, possamos fazer por ele.

Manuela Couto

7 comentários:

Maria João Peres disse...

Eu só vou fazer despedidas depois de afixadas as pautas dos exames... até lá ainda são os "meus" meninos e meninas dos últimos três anos... :-)

CR disse...

Belíssimo texto! Subscrevo todas as palavras mas não seria capaz de escrevê-las :)
Obrigado Manuela!

Catarina disse...

Obrigada, professora! Foi um prazer trabalhar consigo.

Maria Amélia Lopes disse...

Verbalizar sentimentos é sempre complicado. Ver partir os nossos alunos, espécie de braços de eternidade que esperamos nos prolonguem na tal memória coletiva, estrutura essencial de uma sociedade de dias inteiros e limpos, dá-nos a sensação paradoxal de perda e ganho, limite e limiar, silêncio e melodia. É um privilégio, sempre, poder dar e receber tanto, só por andar lado a lado com o amanhã…
Maria Amélia Lopes

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen

Maria Manuel disse...

Depois de ler o texto da Manuela Couto e a reflexão da Amélia Lopes...palavras para quê?...

12º A (Alexandra) disse...

Penso que falo em nome da turma, por isso:
Quero dizer que todo o 12ºA teve a sorte e o privilégio de a ter a si, prof. Manuela Couto, como companheira de este nosso final de percurso, e agradecemos todo o apoio que nos deu.
Acima de tudo devemos agradecer o bem que nos fazem e a professora ajudou-nos a crescer e isso é importante para todos nós que estamos a terminar um ciclo da nossa vida e a começar um outro ciclo desconhecido ainda.
Mais uma vez OBRIGADA

Ana César disse...

És bonita quando falas e quando escreves!
Obrigada e beijinho
Ana César