Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 2 de outubro de 2012

entrevista ao diretor (IV)


(continuação)
Dr. Manuel Carneiro Ferreira
Diretor do Agrupamento de Escolas de Águas Santas
CRESCER: Em final de ano letivo, fazem-se balanços. É habitual falar-se em sucessos e insucessos. Acabaram de sair os resultados dos exames e das provas finais. O que lhe apraz dizer sobre o assunto?
Sr. Diretor: O sucesso escolar tem sido muito positivo. No presente ano letivo, o 4º ano teve excelentes resultados nas provas de aferição a português e matemática, estando 20% acima da média nacional. Os resultados dos primeiros exames nacionais aplicados ao 6º ano foram muito bons. Relativamente ao 9º ano, os resultados revelam médias positivas quer a português quer a matemática, disciplina na qual temos vindo a melhorar. No secundário, ainda é prematuro falar em percentagens porque se aguardam as estatísticas que estão a ser elaboradas. No entanto, e apesar de nalgumas disciplinas (Física e Química A e Biologia e Geologia) os resultados terem sido pouco animadores (seguindo a tendência nacional), noutras como por exempo Matemática A e Português, os resultados ultrapassaram a média nacional.
Considero importante que a análise e reflexão sobre os resultados dos alunos e sobre os fatores de insucesso tenham implicações claras na readequação de práticas e estratégias de ensino-aprendizagem, sempre tendo em vista a melhoria dos resultados escolares dos nossos alunos. Neste âmbito, pretendemos dar continuidade efetiva ao projeto do PROMED (Projeto para a Melhoria de Desempenho dos Alunos) do GAVE ao qual já aderimos.

CRESCER: Esse é o sucesso escolar. Já o ouvimos dizer que pesa 50%. Os outros 50% vão para o sucesso educativo. E desse sucesso, quer falar-nos?
Sr. Diretor: É incontestável que o papel da Escola não se confina à sala de aula! Embora a importância da educação não formal seja reconhecidamente imensa, não pode ser expressa em estatísticas. No nosso agrupamento, as atividades extra-curriculares são muitas e diversificadas, o Plano Anual de Atividades é reconhecidamente rico já à partida, mas o plano inicialmente traçado nunca corresponde ao que realmente se faz ao longo do ano, pois há sempre novas atividades a serem sugeridas e cumpridas. A escola vive permanentemente em “festa”: as exposições, as visitas de individualidades, as palestras, os espetáculos, os dias temáticos, as campanhas… tudo isto contribui para a dinâmica coletiva que nos carateriza. Isto sente-se! Sempre foi o cartão de identidade da escola e não perdemos essa essência ao agruparmo-nos. Os professores mais novos que aqui chegam trazem também vontade de trabalhar festivamente. É isto que cria a nossa identidade, nos distingue e fideliza as pessoas à escola. Em muito também contribuirá para a enorme procura que tem por parte de muitos encarregados de educação que aqui querem colocar os seus filhos, tornando impossível garantir vagas para todos os que manisfestam esse interesse.
Penso que o reflexo de tudo isto no sucesso educativo dos nossos alunos é inquestionável!
A propósito, lembro-me que há pouco tempo li uma frase de Albert Einstein sobre o papel da Escola que achei deveras curiosa e que gostaria de partilhar com os leitores: “A vantagem competitiva de uma sociedade não virá da eficiência com que a escola ensina a multiplicação e as tabelas periódicas, mas do modo como estimula a imaginação e a criatividade.” Dá para pensar!

CRESCER: A nossa escola foi uma das primeiras a ser intervencionada pela empresa Parque Escolar. Como vê essa requalificação? Acredita que o investimento é um investimento no sucesso das aprendizagens?
Sr. Diretor: A intervenção do Parque Escolar foi muito oportuna, não obstante as saudades que a escola do “passado” deixou no coração de muitos. Porém, esta intervenção permitiu criar condições para acolher o 2º ciclo, melhorar as condições de trabalho de professores, alunos e funcionários, envolver a comunidade através da participação dos encarregados de educação em atividades desenvolvidas pela escola (como é o caso do Projeto da Dança), dinamizar atividades de índole social e recreativa, criar parcerias com as Associações Culturais e Recreativas do meio. Este ano, não foi ainda possível concretizar uma atividade conjunta envolvendo a escola e as Associações referidas, mas isso acontecerá a curto prazo.
 Acrescentaria, ainda, que a nossa requalificação permitiu trazer para a comunidade de Águas Santas os 5º e 6º ano, criando uma maior estabilidade às famílias que passaram a ter os seus filhos a estudar na zona onde vivem. Proporcionou também maior empregabilidade aos docentes do 2º ciclo.

CRESCER: A vida numa escola não para. Ainda um ano letivo não está encerrado e já outro se prepara. Qual a sua maior preocupação na organização do próximo ano letivo?
Sr. Diretor: A maior preocupação na organização do próximo ano letivo é a de ter tudo devidamente preparado dentro do prazo estipulado. As escolas que possuem o ensino secundário têm sempre mais dificuldade devido ao trabalho acrescido que os exames acarretam. As alterações a nível dos currículos e da distribuição de serviço têm criado entraves até na gestão dos recursos humanos. O trabalho dos docentes tem aumentado consideravelmente, mas tudo temos conseguido superar com a colaboração e esforço de todos. Uma escola não se faz só com o Diretor, todos são chamados a intervir. A escola tem tido a capacidade de motivar os seus colaboradores e estes têm respondido ativamente, o que faz com que a imagem da escola seja muito positiva e se traduz na fidelização do corpo docente. O mesmo acontece com o quadro do pessoal não docente que trabalha com motivação, gosto e orgulho.

CRESCER: Por último, quer o senhor diretor deixar ao CRESCER e aos seus leitores uma mensagem que considere pertinente?
Sr. Diretor: Quero deixar uma mensagem de esperança no futuro. Faço votos para que todos sejam bem-sucedidos e se regozijem por pertencerem a esta comunidade escolar que tanto me envaidece.

Agradecemos a disponibilidade revelada pelo nosso diretor. Esperamos que esta conversa possa aproximar alunos, professores e funcionários e os conduza a interagir ainda mais e melhor numa escola que se pretende plural, num espaço para todos, na freguesia de Águas Santas. 

Nota: Esta entrevista, aqui apresentada em quatro publicações, foi feita em julho de 2012 com o objetivo de ser publicada em primeira mão no anuário do CRESCER, tal como aconteceu.

Sem comentários: