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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

assustador: um quarto dos jovens considera normal a violência entre namorados!!!

O CRESCER sugere que este assunto seja debatido com os alunos. Nas aulas de Educação Sexual ou em quaisquer outras. Demasiado grave para ser banalizado, não?
Quase um quarto dos jovens portugueses considera normal que se exerça pressão para obter contacto de natureza sexual, incluindo beijos forçados. A violência sexual propriamente dita é considerada banal por 16% dos cerca de 2500 inquiridos de um estudo da UMAR. Esta perceção da violência tem reflexo em casos concretos: 4,5% dos que já namoraram ou namoram sofreram violência sexual.
PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS
O estudo realizado pela União Alternativa e Resposta - UMAR, apresentado esta sexta-feira no Porto, antevéspera do Dia de S. Valentim, não poderia ser mais atual. Foi realizado entre outubro e janeiro de 2015, em escolas dos distritos do Porto, Braga e Coimbra a 2463 jovens na faixa dos 12 aos 18 anos. Para estudar a vitimação considerou-se os que já tiveram uma relação (1400).
As conclusões são "impactantes, porque o que julgamos que se passa nem sempre se verifica no campo e o que se passa no campo surpreende", afirma Ana Guerreiro, da UMAR. O organismo juntou beijo e sexo por entender que são duas componentes da intimidade muito importantes nestas idades. Mas, ainda assim, distingue comportamentos. A perceção da banalização do beijo forçado supera a do sexo, adianta a responsável, que reserva para esta sexta-feira outros dados com maior detalhe sobre esta realidade.
"A normalização da violência sexual", como a designa, "encontra explicação na sociedade patriarcal em que estamos inseridos. Muitas vezes, é quase um dever ter sexo numa relação de namoro. Se é minha namorada, é minha propriedade, e posso exercer poder sobre ela". Pelo lado feminino, "ainda se espera um determinado comportamento da parte dela. Os estereótipos de género são muito fortes e mantêm-se".
Observando-se a legitimação da violência sexual por género, sobressai o dobro de normalidade atribuída pelos rapazes a esta realidade: 32, 5% deles contra os 14,5% indicados por elas. @ JN

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