Inquérito do ISPA revela que a percentagem de professores que se sentem exaustos e sem sentimentos de realização profissional é superior à registada noutros países
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"Um estudo realizado com cerca de mil professores de escolas portuguesas revelou que 30% dos docentes estavam em burnout, ou seja, exaustos emocionalmente e sem qualquer sentimento de realização profissional. Durante três anos - entre 2010 e 2013 - uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) inquiriu cerca de mil docentes que davam aulas a alunos do 2.º e 3.º ciclos mas também do ensino secundário.
O objectivo era perceber se existiam muitos docentes em stress ou burnout e,
no final, descobriram que 30% dos professores estavam nesta situação, revelou à
Lusa a investigadora do ISPA responsável pela coordenação do estudo, Ivone
Patrão. "Esta percentagem fica um pouco acima dos números habituais
registados nos outros países, que rondam entre os 15 e os 25%", sublinhou
a psicóloga clínica.
A percentagem de docentes com sintomas de burnout é
muito superior à registada entre o conjunto de trabalhadores. Um estudo
recente realizado pelo Barómetro de Riscos Psicossociais deu conta que
o número de trabalhadores com sintomas de esgotamento subiu em 2014/2015 para
17,3%. Em 2013 eram 15%.
Em relação aos docentes, o inquérito do ISPA dá conta que a
maior parte dos que apresentam sintomas de burnout são mais
velhos, têm vínculo à função pública e dão aulas no ensino secundário,
acrescentou a responsável, explicando que a média de idades dos inquiridos é de
49 anos. O estudo, divulgado nesta terça-feira, revela ainda que existem entre
20 a 25% de docentes que sofrem de stress, ansiedade e depressão.
"O bem-estar dos professores é considerado essencial
para o sucesso de todo o projecto educativo. Tendo em conta todas as mudanças
sociais e políticas, o burnout começa a ser um problema social de
extrema relevância", sublinhou a especialista, lembrando que este problema
representa exaustão emocional e falta de realização profissional." @ PÚBLICO
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