O Jornal Crescer dá continuidade à rubrica à descoberta da Biodiversidade, da responsabilidade do professor Pedro Pimenta, cujo objetivo é a promoção científica e a sensibilização para questões da biodiversidade da Maia. Esta rubrica pretende, assim, contribuir para um conhecimento mais alargado da população escolar sobre aspetos ligados à biodiversidade, pois conhecer é o meio para preservar. Os desenhos são da responsabilidade dos artistas que quiserem ilustrar os textos. Neste caso, da Marisa Santos, do 10º E.
Rana iberica Boulenger,
1879
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autoria de Marisa Santos |
Rã-ibérica
Descrição
Rã esbelta, cujo comprimento raramente ultrapassa os 55 mm.
Cabeça com focinho pontiagudo. Olhos proeminentes e grandes. Membros anteriores
com quatro dedos. Membros posteriores muito compridos, adaptados ao salto, com
cinco dedos unidos por membranas interdigitais desenvolvidas. Pele lisa com
pequenos grânulos na região dorsal. Pregas cutâneas dorsolaterais paralelas,
que se estendem desde o olho até à parte posterior do corpo. Coloração dorsal
variável, predominando os tons acastanhados e alaranjados. Apresenta uma
característica mancha pós-ocular escura. O ventre é esbranquiçado.
Reprodução
O período reprodutivo estende-se de novembro a março e o
desenvolvimento larvar dura cerca de três meses.
Alimentação
A sua dieta baseia-se em pequenos invertebrados, tais como
aranhas, larvas de insetos, caracóis e escaravelhos.
Principais predadores
Os seus principais predadores incluem cobras-de-água e pequenos
mamíferos.
Distribuição global
A rã-ibérica é uma espécie endémica do quadrante
Norocidental da Península Ibérica, ocorrendo desde o nível
do mar até os
2424 m na serra de Béjar, no Sistema Central
espanhol.
Distribuição nacional
Em Portugal, distribui-se de forma praticamente contínua a norte
do rio Tejo. A sul do rio Tejo, ocorre apenas na Serra de S. Mamede.
Época de observação
Apresenta-se
ativa durante todo o ano, diurna e noturnamente.
Águas Santas
Em Águas Santas, a rã-ibérica pode ser observada junto a
ribeiros com substrato rochoso e vegetação abundante nas margens. Ocorre ainda
em lagos e terrenos encharcados, normalmente com abundante vegetação herbácea
ou arbórea envolvente.
Referências
Ferrand de Almeida, N.; Ferrand de Almeida, P.; Gonçalves, H.;
Sequeira, F.; Teixeira, J. e Ferrand de Almeida, F. (2001). Anfíbios e
Répteis de Portugal. Guias Fapas e Câmara Municipal do Porto, Porto.
Loureiro, A.; Ferrand de Almeida, N.; Carretero, M.A. e
Paulo, O.S. (eds.) (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.
Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Lisboa.
Ana Pinto e Rita Almeida