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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

em dia de Merkel

"Em Fevereiro, o país terá um choque quando olhar para a folha de ordenado"

Leonardo Mathias, sócio e administrador da gestora de activos Dunas Capital, defende que o Governo devia aproveitar a visita de Merkel, não para pedir mais dinheiro ou tempo, mas para negociar juros iguais aos do Norte da Europa e mais investimento estruturante. Ou seja: várias Autoeuropas.

Têm surgido muitas vozes a criticar o OE alegando que a economia real vai sucumbir a tanta austeridade. Qual é a sua opinião?

Já quase tudo foi dito, mas entre os aspectos mais significantes vai ser sem dúvida a quebra no consumo derivado do impacto do aumento de impostos. Na economia real o que me assusta é que o rendimento disponível das famílias tem caído sistematicamente nos últimos anos, mas a generalidade dos preços tem-se mantido. As propinas escolares, o preço do pão, dos automóveis, da água, da electricidade se não se manteve, até aumentou, tal como o custo do dinheiro (via spreads). Para o cidadão comum esta equação complicada está a ser muito difícil de resolver. E o seu impacto é em todo lado e diário. Digo-lhe que estou muito preocupado com o dia 2 de Fevereiro.


Porquê?
Tivemos um milhão de pessoas na rua quando anunciaram que os custos sociais iam aumentar em 7%. Agora temos tido manifestações, não da sociedade civil, mas mais organizadas e sectoriais. E ninguém ainda fez contas ao que é que vão ser os salários líquidos no final de Janeiro. As pessoas só vão realizar o que vão perder no dia a seguir à população activa receber o salário líquido. E aí vai haver um choque. 
                                                                                                                                                           Leia toda a entrevista @ PÚBLICO 

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