O CRESCER, em julho, fez uma entrevista ao Diretor do nosso agrupamento. Essa entrevista foi publicada no anuário que fizemos sair em início de ano letivo, em suporte papel.
Porque se tratou de uma novidade, não a antecipámos antes.
Agora, faz sentido disponibilizá-la aqui, para que todos os leitores possam dela ter conhecimento.
Porque é extensa, publicá-la-emos, a partir de hoje, em várias posts, para facilitar a leitura.
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página do mês de julho do nosso anuário/calendário |
O CRESCER tem
acompanhado a evolução dos tempos e sabe que têm sido muitas as alterações à
gestão dos novos espaços educativos. Por isso, o CRESCER foi ouvir o diretor do agrupamento, Dr.
Manuel Carneiro Ferreira, para poder saber mais de perto o que lhe vai na alma.
CRESCER: Tendo em conta a sua vasta experiência,
como vê o Senhor Diretor a transformação da nossa escola em agrupamento?
Sr. Diretor: Sou a favor da
verticalização. Traz vantagens a diversos níveis: facilita a organização
escolar, resulta numa melhor articulação curricular e favorece a identificação
precoce (logo nos primeiros anos de escolaridade) de situações problemáticas de
diversa índole (indisciplina, dificuldades de integração e/ou de aprendizagem…).
Por tudo isto, estou convicto que terá implicações importantes na melhoria dos
resultados escolares.
No entanto, a verticalização nada tem a ver
com a criação dos mega-agrupamentos que traz consigo dificuldades de monta a
nível da gestão e da organização escolar.
Sobre a fusão do prévio
agrupamento horizontal com a escola secundária, é inegável que esta veio redimensionar completamente esta instituição e trouxe consigo novos desafios à
gestão e organização escolares. Congratulo-me pelo facto de ser
coadjuvado por uma equipa competente, eficiente e empenhada. Refiro-me em
particular aos meus colaboradores mais diretos (subdiretora, adjuntos,
assessores, coordenadoras de estabelecimento), mas também aos coordenadores de
departamento, coordenadoras pedagógicas, coordenador do CNO e à diretora do
centro de formação maiatrofa. Saliento o papel importante do Conselho Geral e
as boas relações institucionais e as parcerias que mantemos com o poder
autárquico. A Câmara Municipal da Maia, que tem assumido a educação como uma
das suas prioridades, tem provado ser um parceiro de excelência. Saliento a
colaboração que temos mantido com a Câmara na figura do Sr. Presidente Bragança
Fernandes e com a Junta de Freguesia de Águas Santas na figura do Sr.
Presidente Carlos Vieira. De referir ambém a colaboração e o apoio por parte de
toda a comunidade educativa.
CRESCER: Como olha para um público tão distinto
quanto o atual, composto por alunos do 5º ao 12º ano?
Sr. Diretor: Penso que vivemos
um período de adaptação mútua. Os alunos do 2º ciclo são crianças na faixa
etária dos 11-12 que têm uma dinâmica própria à qual todos tivemos de nos
habituar. Se existiu uma fase de alguma perturbação, acho que já a
ultrapassamos. Apesar da resistência inicial, creio que os alunos do ensino
secundário se adaptaram bem aos colegas mais novos. Hoje, já se assumem como
padrinhos, como protetores! Por outro lado, sinto que os alunos do 1º ciclo
estão ansiosos para virem para a “escola-mãe” que eles designam por “escola
grande”! Este facto, por si só, constitui um indicador importante de que a
dinâmica de agrupamento está a funcionar.
CRESCER: E qual é a sua opinião sobre a oferta da
escola, sobre as Novas Oportunidades e sobre os cursos EFA?
Sr.
Diretor: A
nossa oferta curricular é grande e diversificada - 2º e 3º ciclo do ensino
básico (ensino regular e CEFs), ensino secundário (cursos
científico-humanísticos e profissionais), Cursos EFA e Novas Oportunidades.
Esta oferta pretende ir ao encontro das necessidades e oferecer aos alunos um
maior leque de opções. Quanto ao Centro das Novas Oportunidades, devo dizer que
está muito bem cotado a nível do concelho da Maia! O reconhecimento pelo
excelente trabalho que tem vindo a desenvolver tem permitido a continuidade da
sua atividade. Os cursos EFA têm constituído uma boa aposta porque promovem a
interação da escola com a comunidade. Como exemplo, refiro o caso das turmas de
alfabetização que têm funcionado nas instalações de Associações Socioculturais
e Recreativas do meio. Os professores, que se sentem realizados com o trabalho
que têm vindo a desenvolver com estas turmas, alimentam expectativas de lhes
dar continuidade. Apesar do elevado número de alunos destes grupos, a dedicação
e a responsabilidade de todos os intervenientes têm contribuído decisivamente
para o seu sucesso educativo. O abandono tem sido mínimo, dado que o
agrupamento tem criado condições para que os alunos se sintam bem e tenham
sucesso.
(continua)