"Numa hora de crise, em que há uma visão redutora da vida e a própria linguagem está invadida pela economia, pela dívida e pelos números, apetece lembrar o que, em outro difícil contexto, disse José Régio: "Há mais mundos". Sim, há mais mundos. Nomeadamente o grande mundo da língua portuguesa".
Palavras de Manuel Alegre, anteontem, na entrega do Prémio Leya (a cujo júri preside) a João Ricardo Pedro.
Sobre o premiado, um engenheiro desempregado que começou a escrever no dia em que perdeu o emprego, Alegre afirma: "João Ricardo Pedro mostra que mesmo numa situação de desamparo é possível encontrar caminhos novos. E que um desses caminhos passa pela criação, pela arte, pela cultura. Tal como em outras épocas difíceis o mundo volta a precisar dos filósofos, dos escritores e dos poetas".
Razão, pois, para, "contra a crise", o poeta e ex-candidato presidencial recomendar "aos políticos, tanto aos do governo como aos das oposições: ler todos os dias um poema e algumas páginas de um bom romance como o de João Ricardo Pedro. Faz bem à saúde e ao espírito. E até à política". @Expresso
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