É uma literatura que remonta ao século XVII e deve o seu nome à guita em que, nas feiras e romarias, se expunham folhas volantes de impressão rudimentar, difundindo factos históricos, versos, cenas de teatro, anedotas ou contos tradicionais.
E há quem tenha transformado essas histórias e as tenha reinventado e encenado para se poderem ver. Então, o CRESCER deixa-lhe esta sugestão. Vá ao teatro (TNSJ) e aprecie este "Cordel", onde um dos dramaturgos é Amélia Lopes, docente de Português desta casa.
Atento às memórias e estórias, aos mitos e ritos populares, José Carretas encena este universo originário do grande caudal da literatura oral, seguindo um filão – ou cordel – eminentemente feminino: histórias de mulheres sábias, sanguinárias, místicas, dissolutas e apaixonadas, começando nessa Xerazade que é a Donzela Teodora, célebre por vencer duelos de sabedoria com os maiores eruditos do seu tempo, e culminando numa capitoa de malfeitores que profanou o corpo da mulher amada para o preservar junto a si, dando origem a um culto secreto que guarda a memória de ladrões com nomes de mulheres… Cordel desenrola-se como umas mil e uma noites que tivessem lugar num barroco tardio e de feira. Vidas exemplares em rimas imaginosas, desfiadas como um novelo.
texto de
José Carretas e Amélia Lopes
encenação e cenografia
José Carretas
desenho de luz
Francisco Beja
figurinos
Margarida Wellenkamp
assistência de desenho de luz
Cláudia Valente
interpretação
Beatriz Wellenkamp Carretas, Emílio Gomes, Joana Carvalho, Leonor Wellenkamp Carretas, Margarida Carvalho, Teresa Faria (atores);Tiago Candal, João Guimarães, Manuel Brásio (músicos)
coprodução
Panmixia, TNSJ
1 comentário:
Gostei muito. Não deixem de ir ver.
Parabéns à Amélia pelo texto.
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