Há uns tempos atrás inquirimos alguns dos nossos colegas professores e alunos com uma pergunta “simples”. Era esta: diz-nos cinco coisas que gostes de fazer ou gostes de ter.
Não referimos o objectivo da pergunta para não influenciar as respostas. Comprometemo-nos a dar feedback do resultado.
Ora aqui vai o objectivo: a proximidade do Natal e de uma interrupção das actividades lectivas, leva-nos às compras descontroladas, absurdas e disparatadas. Investe-se nas mais díspares ofertas, tão pouco a gosto de quem as recebe. (Vá, confessem: quem nunca recebeu um par de peúgas ou umas cuecas no Natal? Uau!!! Que felicidade! Era MESMO isso que adoravam receber, não?)
E os presentes revelam-se inúteis, ridículos e até constrangedores para quem os recebe. E as compras constituem momentos de stress para quem as faz e uma despesa acrescida nas parcas remunerações.
Nós consideramos que as prendas feitas/construídas pelas próprias mãos são muito mais agradáveis, mas, infelizmente, nem todos têm jeito ou criatividade para tal. Que saudades dos postais feitos pelos garotos no infantário, ou do tosco boneco de plasticina feito às escondidas!
Bom, agora vamos ao feedback prometido. Surpreendam-se com os resultados do nosso “inquérito”.
Dos 150 inquiridos, recebemos resposta de 102.
45 são adultos (professores) e 57 são alunos do ensino secundário.
80% dos adultos referiram que o que gostariam de ter era tempo.
95% dos jovens referiram que o que mais gostavam de fazer era estar com os amigos.
Curiosamente entre o ter e o fazer não se distinguiram muito as respostas. Muitos referiram gostar de ter tempo para poderem fazer coisas como estar com os amigos, ou com a família ou a sós.
Pois, queridos leitores, neste Natal invistam nisso: ofereçam TEMPO a cada um de vós, seja para estarem com os amigos, seja para estarem com a família, seja para estarem a sós, convosco, no quentinho dos vossos lares.
É barato, não provoca stress e, pelos vistos, é o presente mais almejado.
Bom “tempo”!
5 comentários:
Se souberem em que estabelecimento se compra tempo, ponham aqui a morada s.f.f. Preciso de comprar algum para mim, porque também eu preciso dele, mas não o encontro à venda!
Eu acho que o que as professoras queriam dizer neste post é que as pessoas, mais novas e as mai velhas, preferem ter tempo do que ter outras coisas.Por exemplo, terem tempo para estar uns com os outros ou para fazerem o que lhes apetece, nem que seja nada.
É isso, setoras?
E se for assim, isso não se vende, conquista-se.
MM, nem sabemos onde se vende nem sabemos como encontrá-lo. E, para além disso, gostávamos que não tivesse que ser comprado.
Diana, tens toda a razão sobre a interpretação que nós fizemos dos dados. Mas, sobretudo tens razão na fórmula final: o tempo CONQUISTA-SE.
Nós só nos limitámos a revelar o que os números nos disseram e achamos francamenre interessante que os bens materiais não fossem os mais desejados.
Ser o TEMPO o que quase todos querem ter para fazerem o que quer que seja parece-nos sintomático dos tempos em que vivemos (perdoe-se a redundância).
" Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede."
Caeiro.
Sentir falta de "ter tempo" não é mau quando comparado com "ter demasiado tempo", ainda que conquistado...
O "tempo" ensina-nos a perceber o que afirmo.
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