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terça-feira, 30 de abril de 2019

como posso eu apoiar a escolaridade dos meus filhos?

Todos os pais desejam que os seus filhos gostem da escola, trabalhem, se esforcem, aprendam, passem de ano e ganhem competências que lhes permitam ser bem-sucedidos nas suas vidas pessoais e profissionais. Todos querem o melhor para os seus filhos e também conseguir contribuir da melhor forma para esse sucesso. No entanto, os múltiplos constrangimentos diários que sobrecarregam o quotidiano não são sempre fáceis de ultrapassar. Tudo isto pode levar a um maior distanciamento e até a assumirem que a responsabilidade de ensinar é da escola e dos professores e que eles pouco podem fazer.


Sabe-se hoje em dia que a participação e envolvimento das famílias na educação e no apoio à escolaridade é altamente benéfico para as crianças e jovens e pode mesmo fazer a diferença no seu desenvolvimento ao nível académico e profissional. A educação é uma responsabilidade partilhada entre profissionais e famílias, em que cada um tem um papel específico, não sendo os pais ‘ajudantes’ dos professores, nem estando estes sozinhos na responsabilidade de ensinar e promover o sucesso dos alunos. É nesta especificidade de papéis que se baseiam as parcerias entre profissionais e famílias, onde não têm todos que fazer o mesmo nem assumir as mesmas responsabilidades.
Assim, a participação dos pais vai muito além do apoio às tarefas escolares, do estudarem com os filhos, de ensinarem uma matéria que não foi percebida ou de estarem presentes nas reuniões. Esta vertente da participação, direcionada para a monitorização da escolaridade, passa pelo criar condições para o estudo, organizar rotinas ajustadas com equilíbrio entre momentos de trabalho e de lazer, pela comunicação com a escola, manterem-se informados e colaborarem no que for necessário. Contudo, o papel dos pais vai além em aspetos e momentos mais informais, onde se assumem como centrais tanto a comunicação com os filhos, como a valorização do saber numa perspetiva social e cultural.
No que se refere à comunicação com os filhos, é essencial o interesse que os pais demonstram pelo trabalho, esforço, aprendizagens e saberes destes. As conversas informais sobre as conquistas, as dificuldades, as novidades e as vitórias devem fazer parte das vivências quotidianas sem serem sentidas como rotineiras. Estes momentos podem permitir identificar não só problemas que de outro modo não seriam visíveis, mas também apoiar e monitorizar o processo de aprendizagem e criar relações mais sólidas. Não podem ser momentos conflituosos nem sentidos pelos filhos como de controlo — devem ser momentos de partilha e, para isso, é necessário haver confiança, não se sentir julgado nem que se está a defraudar expectativas. Tem assim de existir uma disponibilidade pessoal e um interesse genuíno que, com a pressão e ritmo do dia-a-dia, muitas vezes nos esquecemos de mostrar, mas que felizmente não precisa de horário ou formalismo e que pode ocorrer tanto à hora da refeição como ao deitar, num percurso casa-escola ou simplesmente num momento em que estamos ali, juntos. Só temos de o descobrir e aproveitar! @ PÚBLICO

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