O Doutor Agostinho Antunes
mostrou na sua comunicação como as mutações do ácido desoxirribonucleico (ADN) explicam
a diversidade de formas de vida, cada uma adaptada a determinado meio.
Com o advento, na última década,
de meios técnicos de sequenciação do ADN e de novas tecnologias de análise
aliadas, mais recentemente, de suporte informático, permitiu a atribuição,
muito mais fácil, de significado à informação genética presente no ADN.
Através destas técnicas também
tornou possível traçar o trajeto da alteração genética dos seres vivos e
relacioná-la com a sua adaptação ao meio e evolução das espécies já postulada
por Charles Darwin, embora sem evidências genéticas expressivas.
Agostinho Antunes mostrou como a
evolução da molécula de ADN e a obtenção de mutações em genes específicos que
codificam a produção de proteínas explicam as características de cada espécie.
Os genes vão sendo lentamente alterados em pequenos passos ao longo da evolução
do organismo. Hoje, este caminho permite-nos compreender a diversificação de
formas de vida e as alterações das suas características morfológicas.
Demonstrou-o com vários exemplos numa
explosão de formas de vida, interrelacionando as características morfológicas
com os genes que as originam. Foram os casos da risca longitudinal dos peixes
que lhes confere a sensação ao toque, a adaptação das aves ao voo, a receção
tetracromática da luz pelas aves que lhes confere uma perceção extraordinária da
cor muito além da receção dicromática pelos mamíferos, sendo os humanos a exceção
com a receção tricromática, os recetores olfativos que têm origem numa grande
família de genes, a produção de venenos que nem sempre tem carácter predatório
podendo também ser defensivo ou mesmo para atribuição de vantagens
reprodutoras, a capacidade de obtenção de energia em ambientes pouco oxigenados
e alguns outros exemplos.
Na sua apresentação colorida e
diversificada por exemplos tornou possível a compreensão, partindo do historial
de alteração dos genes, dos fundamentos da adaptação e evolução dos seres
vivos.
Sérgio Viana
Sem comentários:
Enviar um comentário