As escolas devem falar abertamente do jogo Baleia Azul, porque a prevenção é, neste caso, melhor remédio do que a repressão. Quem o diz é o coordenador do gabinete do cibercrime da Procuradoria-Geral da República, Pedro Verdelho, para quem o trabalho desenvolvido pela imprensa nos últimos dias sobre o problema “constitui um importante alerta para o perigo” que constitui este fenómeno online.
“As escolas têm que pegar neste tema e falar abertamente dele. O que pressupõe falar nos casos que sucederam”, observa o magistrado. "Neste caso, a prevenção e a divulgação pública são muito mais importantes que a repressão. O foco não deve ser posto nos processos judiciais” entretanto desencadeados, resultantes de o incitamento ao suicídio ser crime, advoga Pedro Verdelho.
Até esta terça-feira a Procuradoria-Geral da República tinha aberto três investigações relativas a outros tantos jovens aliciados para o jogo. Um deles, uma rapariga algarvia, tinha tentado o suicídio, enquanto outro se havia cortado no corpo. Não são conhecidos pormenores sobre a terceira vítima, que é de Portalegre. Posteriormente surgiu um quarto caso em Matosinhos, também de autolesão, que se encontra igualmente a ser investigado pelas autoridades.
A Procuradoria-Geral da República equaciona o bloqueio dos sites e links ligados ao jogo aos quais acederam as vítimas já identificadas, o que pode ser feito de várias formas. Se se tratar de sites alojados em servidores portugueses, basta às autoridades nacionais deslocarem-se aos locais onde se encontram e desativá-los. Não é necessária autorização de um juíz para tal, adianta o mesmo magistrado. Tudo se passa como se de uma apreensão se tratasse. @ Público
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