quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

primeiro Presépio do mundo completa este Natal 800 anos

"O Presépio completa este Natal 800 anos. Foi em Greccio, Itália, o local em que São Francisco de Assis pediu para se representar pela primeira vez  a noite do nascimento  de Jesus. A este propósito, o Papa Francisco publicou o livro O Meu Presépio, acabado de chegar às livrarias portuguesas. (…)"

Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo: ‘Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incómodos que ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro’”. É assim que no seu livro O meu Presépio, o Papa Francisco descreve detalhadamente e com base em fontes franciscanas – nomeadamente o biógrafo do santo, Tomás de Celano – a origem do presépio. “Mal acabara de o ouvir, o fiel amigo foi preparar, no lugar designado, tudo o que era necessário segundo o desejo do santo. No dia 25 de Dezembro chegaram a Greccio muitos frades, vindos de vários lados, e também homens e mulheres vindos das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. À vista da representação do Natal, as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes”, relata o Papa descrevendo o primeiro presépio vivo.  
Completa-se no próximo mês de dezembro 800 anos deste acontecimento que serve de propósito para a publicação do novo livro de Papa Francisco editado pela Princípia e que chegou a semana passada às livrarias. Lembra o Papa que foi São Francisco de Assis, o santo a quem pediu o nome emprestado, que criou o presépio tal como o conhecemos. “Assim nasce a nossa tradição, todos à volta da gruta repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério”, escreve o Papa.
O lugar em que tudo surgiu foi Greccio, em Valada de Rieti, onde o fundador dos Franciscanos descansou quando voltava de Roma depois de receber, em 29 de novembro de 1223, a aprovação pelo Papa Honório III da sua Ordem. Greccio era e é um local de grutas que fizera lembrar a São Francisco de Assis a paisagem de Belém, e onde tinha recentemente voltado. Desde então esta pequena localidade no centro de Itália “torna-se um refúgio para a alma que se esconde na rocha, deixando-se envolver pelo silêncio”. Neste livro, e a propósito deste acontecimento com 800 anos, o Papa tem como intenção explicar o significado do presépio e, mais do que isso, do próprio Natal. Os paralelismos, as metáforas, a tradição e os significados preenchem as páginas desta nova publicação. O objetivo é que sirva também de apoio à preparação que os católicos fazem para o dia de Natal durante o Advento, período que começa no próximo domingo. 
Escreve o Papa: “São dois os sinais que, no Natal, nos guiam para reconhecer Jesus. Um é o céu aberto de estrelas. São tantas, infinitas, mas entre todas brilha uma especial, que impele os Magos a deixar as suas casas e a iniciar uma viagem”. O convite do Papa é que cada um procure a “estrela que nos impele para além dos nossos hábitos”. O outro sinal é “a pequenez de Deus”, não como um sinal de poder ou de soberba, mas sim apresentando-se como um “ser humano indefeso, pobre e humilde”. Fonte: jornal I (30.11.2023)

(post editado)

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