segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

World Press Photo: foto vencedora excluída da capa do livro

O World Press Photo excluiu da capa do seu catálogo a foto que foi eleita como o melhor registo do ano. Para a tomada de decisão, alegou tratar-se de conteúdo demasiado "explícito".

Em causa está uma foto da guerra na Ucrânia, registada em Mariupol,  a 9 de março de 2022, nos primeiros dias da invasão russa, pelo fotógrafo Evgeniy Maloletka, um fotógrafo ucraniano da Associated Press (AP). De acordo com a organização do concurso, que assinalou a sua 66.ª edição, a imagem capta "na perfeição o sofrimento humano", assim como retrata "o absurdo e o horror da guerra".

A protagonista é uma mulher em trabalho de parto, a ser carregada numa maca, num cenário de destruição. A foto foi tirada momentos depois do ataque à maternidade da cidade. A mulher, Irina Kalinina, ficou gravemente ferida, tendo falecido pouco tempo depois.

Pela primeira vez, este ano, a capa do Livro do Ano de 2023, não é a foto que venceu o World Press Photo of the Year mas sim uma menção honrosa à Ásia, de Ahmad Halabisaz", refere o site da organização.

A imagem publicada tem como protagonista uma mulher iraniana, sentada numa cadeira numa movimentada paragem de autocarro em Teerão, fazendo frente à lei do uso obrigatório de hijab, refere o autor da mesma.


organização responsável pelo concurso de fotojornalismo mais importante do mundo justifica a sua decisão referindo que a imagem que escolheram é mais apropriada para configurar como capa de uma obra que "se vende em museus e livrarias".

"Esta é uma atitude consciente para mostrar o nosso respeito pelas vítimas e a nossa raiva contra a perda desumana de vidas", pode ler-se no site do World Press Photo, referindo-se à foto de Mariupol (foto vencedora).

O fotojornalista foi acusado pelas autoridades russas de adulterar a imagem, no momento em que negavam crimes de guerra cometidos pela Rússia em Mariupol. O embaixador russo nas Nações Unidas e a Embaixada Russa em Londres disseram que a imagem era "fake news". Fontes: Notícias ao minuto e  TSF

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