quinta-feira, 3 de abril de 2025

saúde: perigos da autoprescrição de suplementos alimentares

FMUP

Os primeiros resultados do VeggieNutri, o primeiro estudo em Portugal a comparar os efeitos da adoção de diferentes dietas (vegetarianas e não vegetarianas) na composição corporal e em parâmetros de saúde metabólica, fazem soar os alarmes para os riscos de tomar suplementos alimentares sem aconselhamento de profissionais, lançando alertas às autoridades de saúde. O estudo é desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) desde 2022.

Os nossos resultados sugerem uma falta de conhecimento na adoção de alguns padrões alimentares e um livre arbítrio na suplementação com micronutrientes para compensar eventuais défices nutricionais”, afirma Elisa Keating, professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e coordenadora desta investigação.

O nosso trabalho sugere que a suplementação com ferro, mais frequente nos ovolactovegetarianos, pode associar-se a uma maior inflamação sistémica e, não se refletindo num melhor estado nutricional de ferro, poderá contribuir para o agravamento da diminuição da massa muscular induzida pela menor ingestão proteica na dieta”, sublinha.

"Por outro lado, observou-se que a suplementação com vitamina B12, mais frequente entre os veganos, como está aconselhado, se associou, de forma estatisticamente significativa, com maior massa muscular. Tudo indica que a toma de suplementos de vitamina B12 protege da perda de massa muscular”.

Elisa Keating defende a realização de mais estudos. “As autoridades de saúde devem promover o estudo e monitorização dos efeitos na saúde das diferentes dietas, bem como fomentar a literacia alimentar, numa altura em que os padrões alimentares baseados em produtos de origem vegetal tendem a crescer, por convicções pessoais, religiosas, culturais, de proteção animal e pelas preocupações com o planeta”, apela.

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