A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) entende que as escolas são “muito mais” do que o resultado dos exames nacionais e defende que os ‘rankings’ divulgados hoje devem ser lidos de forma relativa.
“A escola é muito mais do que o resultado de um
exame. Os exames condicionam o acesso ao ensino superior e, por isso, também
condicionam o ensino secundário, mas não são tão importantes no desempenho
global do aluno e da pessoa que estamos a formar”, disse a presidente da Confap.
Em
reação à divulgação dos ‘rankings’ das melhores médias nos exames, divulgados
hoje e que voltam a colocar os colégios privados no topo das escolas, Mariana
Carvalho disse que aquele é apenas um momento de avaliação, influenciado por
vários fatores.
“Significa que naquelas escolas houve uma melhor classificação e
uma melhor resposta aos exames. Não significa melhores escolas, nem que esteja
a formar melhores pessoas”, sublinhou.
A propósito da comparação entre os colégios privados e as
escolas públicas, Mariana Carvalho argumenta são contextos muito diferentes.
Além
do contexto socioeconómico dos alunos e das famílias, que influencia, por
exemplo, a possibilidade de os jovens terem explicações extra ou o apoio dos
pais em casa, a representante dos encarregados de educação entende que alguns
colégios trabalham especificamente para os bons resultados nos exames.
“Conseguimos perceber que há determinadas escolas que treinam os
alunos para o resultado dos exames, não significando isso que aqueles alunos
tenham depois melhores resultados a outros níveis”, disse.
Nos ‘rankings’ divulgados hoje, as escolas privadas continuam a
liderar as tabelas que têm por base a média nos exames nacionais, mas a
distância entre colégios e escolas públicas voltou a diminuir este ano.
São
também cada vez menos os alunos que chumbam, um problema que continua a ser
mais sentido entre os jovens de famílias mais desfavorecidas.
Apesar de os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação já permitirem analisar o percurso dos alunos ao longo dos anos, assim como comparar resultados de estudantes de meios socioeconómicos semelhantes, existem ainda muitos fatores por considerar, como a falta de professores nas escolas ou a possibilidade de os alunos terem ou não explicações. Fonte: Sapo
Sem comentários:
Enviar um comentário
O CRESCER agradece o seu comentário.