"Espessura histórica, acontecimento"
“O tema escolhido pelas curadoras, o mote sui generis que nos interroga, é
exemplo inequívoco de um percurso que acompanha a consolidação da democracia no
nosso país e, assim, como poderia eu não estar aqui presente?”, disse a
ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que inaugurou a Bienal 2024.
“Sob o tema ‘És livre?’, regressamos a uma noção de liberdade, que também
aqui celebramos. A mesma liberdade sem a qual esta Bienal não existiria”,
continuou a governante.
Enaltecendo a “espessura histórica, densidade e longevidade” daquele
“grande acontecimento artístico”, Dalila Rodrigues sublinhou que a Bienal “é a
mais antiga da Península Ibérica e um exemplo de persistência, dedicação e
trabalho continuo em prol da cultura e da arte”.
E recordou: “A história desta Bienal começa como um sonho, o de um grupo de
artistas motivados pelos valores democráticos de Abril, que tiveram a ânsia de
descentralizar e democratizar o acesso à arte e à cultura”.
Isabel
Meyrelles, 93 anos
A festa das artes plásticas celebra 46 anos e tem este ano direção
artística de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos. Contempla homenagens a
José Rodrigues e Jaime Isidoro, do grupo de fundadores, e destaca, como sempre,
um artista, elegendo Isabel Meyrelles, de 93 anos, que reside em Paris, e que
foi fundadora, com Natália Correia, do famoso Botequim da Liberdade.
“Não havia melhor artista, em comemoração dos cem anos do surrealismo,
para, na resposta à pergunta ‘És livre?’, dizermos, como Isabel Meyrelles, que
tudo o que queremos de facto é ser livres”, disse a codiretora artística Helena
Mendes Pereira. E acrescentou: “Esta Bienal foi sempre dos artistas e para os
artistas, e sem eles não faríamos nada”.
"Uma
marca de liberdade criativa"
A orientação programática desta edição inspira-se no seu “modelo” original,
com projetos curatoriais, o projeto “Livre Trânsito”, residências artísticas em
todas as freguesias do concelho, um ciclo de conferências internacionais sobre
o tema da liberdade, ateliers livres e visitas orientadas.
A arte está espalhada pela casa-mãe, o Fórum Cultural de Cerveira, pela
Galeria Bienal de Cerveira, Convento San Payo, Biblioteca Municipal e
Cooperativa Agrícola.
“Não inauguramos mais uma edição da Bienal, mas sim ‘a edição’ porque, a
cada uma delas, a marca da liberdade criativa é maior e com essa marca
conseguimos continuar a apoiar a descentralização da cultura, dando um passo em
frente, como uma cada vez maior democracia cultural”, disse, por seu lado, o
presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, também presente na
inauguração. Fonte: JN
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