“Em acordo com Sua Excelência o Presidente da República, o Governo vai aprovar a declaração de luto nacional no dia em que se realizem as exéquias de Manuel Cargaleiro”, anunciou Luís Montenegro numa nota enviada hoje às redações.
O primeiro-ministro,
Luís Montenegro, anunciou que o Governo vai decretar um dia de luto nacional
para o dia das cerimónias fúnebres do artista plástico Manuel Cargaleiro, que
morreu domingo com 97 anos.
“Em
acordo com Sua Excelência o Presidente da República, o Governo vai aprovar a
declaração de luto nacional no dia em que se realizem as exéquias de Manuel
Cargaleiro”, anunciou Luís Montenegro numa nota enviada hoje às redações.
No
texto, o líder do executivo manifesta o seu “profundo pesar” pela morte Manuel
Cargaleiro, que classificou de “artista multifacetado, conhecido do grande
público sobretudo pela sua obra como pintor e ceramista”.
“Cargaleiro
dominou a cor e a geometria de forma marcante, imprimindo à arte contemporânea
portuguesa um traço inconfundível”, escreve.
Luís
Montenegro lembra que, ao longo da carreira, as criações de Manuel Cargaleiro
“expressaram sempre a sua visão poética do mundo, construindo um legado
reconhecível por diversas gerações de portugueses”.
Sendo
um homem do mundo, foi também um cidadão sensível às suas origens, tendo
escolhido Castelo Branco para instalar o seu Museu e a sua coleção, permitindo
a tantos visitantes um conhecimento mais vasto da sua obra. Deixa um legado que
muito prestigia a arte portuguesa e Portugal”, conclui o primeiro-ministro,
expressando ainda as suas “sentidas condolências” à família e amigos.
Segundo
disse à agência Lusa a sua mulher, Isabel Brito da Mana, Manuel Cargaleiro
“morreu tranquilo, rodeado pelos seus, adormeceu”.
O
artista plástico nasceu em 16 de março de 1927 em Chão das Servas, no concelho
de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco.
A
sua obra foi fortemente inspirada no azulejo tradicional português. Em 1949,
ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e participou na Primeira
Exposição Anual de Cerâmica, no Palácio Foz, em Lisboa, onde realizou a sua
primeira exposição individual de cerâmica, no ano de 1952.
No
início de carreira, ainda na década de 1950, recebeu o Prémio Nacional de
Cerâmica Sebastião de Almeida, e o diploma de honra da Academia Internacional
de Cerâmica, no Festival Internacional de Cerâmica de Cannes, em França, numa
altura em que iniciara funções de professor de Cerâmica na Escola de Artes
Decorativas António Arroio e apresentara as suas primeiras pinturas a óleo no
Primeiro Salão de Arte Abstrata.
Nas
décadas de 1960 e 1970, participou em exposições individuais e coletivas e
durante este período afirmou-se não apenas como conceituado ceramista, mas
também como desenhador e pintor. Nos anos 1980 começou a explorar a tapeçaria.
A
partir da década de 90, predominariam na sua obra os padrões aglomerados e
cromaticamente intensos onde continuaria a ser evocado o azulejo português.
Em
Castelo Branco, viria a ser inaugurada a Fundação Manuel Cargaleiro, em 1990,
depois expandida com o respetivo museu e mais tarde, no Seixal (Setúbal), a
Oficina de Artes Manuel Cargaleiro.
O
ceramista recebeu, em Paris, em 2019, a medalha de Mérito Cultural do Governo
português e a Medalha Grand Vermeil, a mais alta condecoração da capital
francesa, onde viveu grande parte da sua vida.
Na altura, foi também inaugurada a ampliação da estação de metro de Champs Elysées-Clémenceau, com novas obras de Manuel Cargaleiro, depois de originalmente concebida e totalmente decorada pelo artista português, em 1995, incluindo o painel em azulejo “Paris-Lisbonne”. Fonte: Sapo
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