foto: José Sena Goulão - Lusa |
O realizador, que estava internado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, faria 85 anos no próximo domingo.
"A família de António-Pedro Vasconcelos informa que o nosso A-PV partiu esta noite, a poucos dias de completar 85 anos de uma vida maravilhosa", pode ler-se em comunicado.
Nascido em Leiria a 10 de março de 1939, António-Pedro Vasconcelos foi realizador, produtor, crítico e professor, tendo fundado o Centro Português de Cinema, como indica a biografia patente na Academia Portuguesa de Cinema.
Foi o realizador de alguns dos filmes de maior sucesso comercial e um dos nomes incontornáveis do Cinema Novo Português, cujo filme de ficção foi “Perdido por cem..." (1973).
"Oxalá" (1980) antecedeu aquele que foi, durante muitos anos, o maior sucesso de sempre do cinema português, com mais de 300 mil espectadores: o incontornável "O Lugar do Morto" (1984).
Regressou em 1992 com o ambicioso filme histórico "Aqui D'El Rei"!, mas o sucesso foi retomado com o filme seguinte, "Jaime" (1999), com Saúl Fonseca, Fernanda Serrano e Joaquim Leitão, premiado com a Concha de Prata do Festival Internacional de Cinema de San Sebastian e os Globos de Ouro portugueses de Melhor Filme e Melhor Realização.
Em 1992 foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Também neste filme trabalhou pela primeira vez com Nicolau Breyner (1940-2016), que se tornou uma presença incontornável no seu cinema, em filmes mediáticos, populares e polémicos como "Os Imortais" (2003) e "Call Girl" (2007).
O último filme foi "Km 224", protagonizado por Ana Varela e José Fidalgo, lançado em abril de 2022.
A par do cinema, tendo assinado vários êxitos de bilheteira, como "A Bela e o Paparazzo" (2010), António-Pedro Vasconcelos também foi crítico de literatura e cinema, cronista e comentador televisivo, "com forte intervenção cívica", como escreveu José Jorge Letria no livro de entrevista com o realizador, "Um cineasta condenado a ser livre" (2016).
Um dos campos de intervenção foi a Associação Peço a Palavra, que se bateu publicamente contra a privatização da TAP. O cineasta teve também voz ativa na contestação da privatização da RTP.
"Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que o nosso A-PV, que tanto lutou para que todos fôssemos mais justos, mais corretos, mais conscientes, sempre tão sérios e dignos como ele, será sempre um Imortal", acrescentou a família. Fonte: RTP
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