No dia 9 de fevereiro, entre as 18:30 e as
23:00, realizou-se no Auditório da Junta de Freguesia de Águas Santas a
atividade interdisciplinar entre o grupo de artes visuais e de português,
intitulada “Concerto e Jantar volante – Anos 20”, que contou com a colaboração
do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, do Sr. Diretor e da Sra Subdiretora do
agrupamento e com a participação do Grupo de Câmara
do Conservatório de Música do Porto (CMP), de alunos, professores, de
alguns encarregados de educação e de outros elementos da comunidade educativa.
A década de 20 do século passado
foi uma época de liberdade, magia e ilusão… Os loucos anos 20 foram anos de
grandes transformações na moda, nas artes, e nas formas de sociabilidade.
Os corpos masculinos imitavam a
compleição física das estátuas dos atletas gregos e os corpos femininos
abandonavam os corpetes e espartilhos, mas tornavam-se escravos da beleza de Hollywood.
Nesta década duas cidades
disputam o lugar de capital da movida, da vanguarda, da audácia: Paris e Nova
Iorque. Se Nova Iorque representa o sonho americano, em Paris desembarcavam
artistas, escritores, pintores, aristocratas sem reino, ricos ociosos. Em 1924,
André Breton publicou o Manifesto Surrealista que vai agitar toda a arte
durante décadas e, no final desses anos, Gabrielle Chanel lançou o famoso
Chanel n.º 5, provavelmente o perfume mais famoso de sempre.
A década de 20 será também a
década do som: o telefone, a rádio, o gramofone tornam-se acessíveis, o cinema
ganha vozes e o mundo passa a estar ligado entre si.
Em Portugal, o grande momento
modernista tinha-se dado na década anterior com a revista Orfeu. Na capital
Fernando Nogueira Pessoa conhece Ofélia, mas continuará melancólico e
deprimido.
A revista Presença liderou o segundo modernismo, mas a grande novidade era a rádio e as novelas radiofónicas que faziam a delícia do país. Ao mesmo tempo, a poesia, o escândalo de Florbela Espanca, o fascínio pela moda de Paris, eram as novidades conhecidas através dos magazines ilustrados e dos cinemas.
Esta atividade integrou a atuação
do Grupo de Câmara do Conservatório de Música do Porto
(CMP), uma escola pública do Ensino Artístico Especializado da
Música e uma instituição com um significativo impacto, garantindo uma
presença destacada na vida cultural de toda a região.
A recriação dos anos 20 surgiu de
um desafio do maestro Paulo Carvalho, que dirigiu, excecionalmente, a atuação do
Grupo de Câmara, com músicas dos anos 20, tendo este proporcionado ao público a
apresentação de um concerto memorável.
Porém, a participação de alguns alunos também foi de merecida relevância. Os alunos do 12.º B, Beatriz Moita e Lucas Codeço, tiveram a seu cargo a apresentação do espetáculo; as alunas Bruna Fernandes, do 12.º I, e Ana Jorge Batista, do 12.º H, declamaram o poema “Apontamento”, de Fernando Pessoa, e o aluno João Dinis Cambalacho apresentou o poema “O Recreio”, de Mário de Sá Carneiro.
Seguidamente, porque somos uma escola plural e multicultural, os alunos Eduardo Simplício de Souza e Rafael Pereira (de origem brasileira) apresentaram dois poemas de Manuel Bandeira intitulados "Testamento" e “Anel de Vidro".
Posteriormente, o aluno Sebastian Gonzalez Burgues (que é argentino) disse o poema "Los Amigos", de Julio Cortázar e o aluno Julian David Rosero (que é colombiano) apresentou "La oración de los bostezadores", de Luis Vidales.
O espetáculo foi encerrado com a apresentação do poema “Cântico Negro”, de José Régio, pelos “Diseurs” da Escola Secundária de Águas Santas.
Seguiu-se um jantar volante para todos que, com todo o agrado foi preparado pela equipa responsável pelo Projeto Cultural de Escola, por alguns assistentes operacionais e por outros docentes de português que, em conjunto, dinamizaram esta iniciativa, tendo o público sido agraciado ainda com à atuação de um grupo de dança, constituído por alunos do 11.º B.
Segundo declarações do Sr Diretor, este evento foi mais uma iniciativa de topo e de prestígio de e para o Agrupamento.
Pré-espetáculo |
Pré-espetáculo |
Abertura |
Concerto |
Diseurs |
Encerramento |
Sem comentários:
Enviar um comentário
O CRESCER agradece o seu comentário.