De acordo com os números, as emissões fósseis de CO2 estão a diminuir em algumas regiões geográficas, incluindo a Europa e os Estados Unidos, mas, em geral, estão a aumentar a nível mundial.
Segundo os dados, as emissões de dióxido de
carbono (CO2) provenientes dos combustíveis fósseis, principal fonte do efeito
estufa global que provoca a crise climática, deverão ter aumentado 1,1 por
cento em relação a 2022, com um novo recorde, atingindo 36,8 mil milhões de
toneladas no final de 2023.
Somando as emissões de CO2 de origem fóssil com as
provenientes das alterações no uso do solo, o total aumentará para 40,9 mil
milhões de toneladas este ano, segundo previsões para o final do ano.
O valor global é superior ao de
2022, em que terão sido emitidas 40,6 mil milhões de toneladas de CO2, e
confirma a distância que persiste com os objetivos climáticos globais para o
seu cumprimento, que teria de ser urgente, segundo o relatório.
Embora com grandes incertezas,
tudo indica que, com o atual ritmo de emissões, haveria 50% de probabilidade
de, em cerca de sete anos, o aquecimento global ultrapassar de forma
normalizada o limiar de 1,5°C acima dos níveis da era pré-industrial.
Embora cerca de metade do CO2
continue a ser absorvido, como por exemplo pelas florestas, o resto das
emissões permanece na atmosfera e causa alterações climáticas.
De
acordo com os números, as emissões fósseis de CO2 estão a diminuir em algumas
regiões geográficas, incluindo a Europa e os Estados Unidos, mas, em geral,
estão a aumentar a nível mundial.
Os cientistas alertam que a ação global para reduzir os
combustíveis fósseis não é suficientemente rápida para evitar alterações
climáticas perigosas.
Prevê-se que as emissões resultantes da alteração do uso
do solo (como a desflorestação) diminuam ligeiramente, mas não será suficiente
para compensar os níveis de reflorestação e florestação (novas florestas).
"Parece inevitável que ultrapassemos a meta de
1,5°C do Acordo de Paris", alertou o professor Pierre Friedlingstein, do
Global Systems Institute de Exeter e diretor do relatório.
Dada a situação, a cimeira do clima que decorre até dia
12 de dezembro no Dubai terá de chegar a acordo sobre "cortes rápidos nas
emissões fósseis" para evitar que a temperatura do planeta ultrapasse
estes níveis ou pelo menos manter o objetivo de não ultrapassar os 2°C de
aumento em comparação com a era pré-industrial.
"Todos
os países precisam de descarbonizar as suas economias mais rapidamente do que
atualmente para evitar os piores impactos das alterações climáticas",
vincou o especialista.
O relatório inclui dados importantes que confirmam que
as tendências regionais na luta contra as alterações climáticas variam muito.
De acordo com os indicadores, as emissões de CO2 em 2023
deverão aumentar na Índia (8,2%) e na China (4,0%), e diminuir na UE (-7,4%),
nos EUA (-3,0%) e no resto do mundo (-0,4%).
Por tipo de fonte, espera-se que as emissões globais
provenientes do carvão (1,1%), do petróleo (1,5%) e do gás (0,5%) aumentem.
Segundo as previsões, o CO2 atmosférico médio para 2023 será de 419,3 partes por milhão (ppp), 51% acima dos níveis pré-industriais. Fonte: Sapo
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