Os jovens estão mais
insensíveis aos demais, mas, sobretudo, mais violentos, de acordo com os dados
do segundo relatório da Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e
da Criminalidade Violenta: apesar de não haver um aumento exponencial de casos
após a pandemia da Covid-19, os especialistas alertaram que a severidade da
violência dos jovens aumentou, com mais recurso a armas, sendo que o respeito
pela vida do outro diminuiu.
O estudo refletiu as mais de duas dezenas de
audições a cerca de 160 participantes de diferentes áreas – segurança, escola
ou saúde – realizadas pelo grupo de trabalho e a conclusão indicou que
“sobressaíram indicações de um agravamento da severidade da violência”.
De que modo? “Um aumento da apreensão de
armas brancas; incremento da violência em caso de conflito (‘por qualquer coisa
há logo uma facada’); diversas situações de violência sexual em que os
abusadores são menores; elevada frequência de roubos com recurso a arma de fogo
e praticados de forma mais precoce (16-17 anos); aumento de crimes graves
contra as pessoas onde existe ‘violência gratuita’ (‘o objetivo não é obter
dinheiro, mas sim a violência gratuita’) e maior intervenção dos jovens
(‘criminalidade violenta sempre houve, o que é novo é o número de jovens a
praticar’); criminalidade grupal com grande difusão nas redes sociais
(‘combinam nas redes sociais onde vão assaltar’); ‘desrespeito pelo valor da
vida’ — de forma global denotam o surgimento de ocorrências com contornos mais
violentos, praticadas de forma precoce e com consequências mais gravosas para
as vítimas”, destacou o relatório.
Portugal tem uma assimetria no que diz respeito a este tipo de criminalidade, sendo que as áreas de Lisboa, Setúbal e Algarve as mais problemáticas, registando também “um escalar de violência” ao nível escolar, em particular “entre o 5º e 6º anos” do ensino básico. Fonte: Sapo
Sem comentários:
Enviar um comentário
O CRESCER agradece o seu comentário.