sexta-feira, 24 de novembro de 2023

atualidade: jovens estão mais insensíveis, violentos e com maior sensação de impunidade no pós-pandemia

Os jovens estão mais insensíveis aos demais, mas, sobretudo, mais violentos, de acordo com os dados do segundo relatório da Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e da Criminalidade Violenta: apesar de não haver um aumento exponencial de casos após a pandemia da Covid-19, os especialistas alertaram que a severidade da violência dos jovens aumentou, com mais recurso a armas, sendo que o respeito pela vida do outro diminuiu.

O relatório apontou que “de forma generalizada, foi sublinhada a existência de sinais de agravamento da realidade em termos pós-pandémicos, com maior agitação, menor tolerância, maiores níveis de agressividade, nomeadamente por parte de crianças/jovens no contexto escolar”, sublinhando, referiu o jornal ‘Público’ esta quarta-feira, que se encontram “sentimentos de impunidade por parte dos jovens que cometem atos de delinquência”.

O estudo refletiu as mais de duas dezenas de audições a cerca de 160 participantes de diferentes áreas – segurança, escola ou saúde – realizadas pelo grupo de trabalho e a conclusão indicou que “sobressaíram indicações de um agravamento da severidade da violência”.

De que modo? “Um aumento da apreensão de armas brancas; incremento da violência em caso de conflito (‘por qualquer coisa há logo uma facada’); diversas situações de violência sexual em que os abusadores são menores; elevada frequência de roubos com recurso a arma de fogo e praticados de forma mais precoce (16-17 anos); aumento de crimes graves contra as pessoas onde existe ‘violência gratuita’ (‘o objetivo não é obter dinheiro, mas sim a violência gratuita’) e maior intervenção dos jovens (‘criminalidade violenta sempre houve, o que é novo é o número de jovens a praticar’); criminalidade grupal com grande difusão nas redes sociais (‘combinam nas redes sociais onde vão assaltar’); ‘desrespeito pelo valor da vida’ — de forma global denotam o surgimento de ocorrências com contornos mais violentos, praticadas de forma precoce e com consequências mais gravosas para as vítimas”, destacou o relatório.

Portugal tem uma assimetria no que diz respeito a este tipo de criminalidade, sendo que as áreas de Lisboa, Setúbal e Algarve as mais problemáticas, registando também “um escalar de violência” ao nível escolar, em particular “entre o 5º e 6º anos” do ensino básico. Fonte: Sapo  

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