Não é só Paris a enfrentar uma praga de percevejos: já estão igualmente em Lisboa, e têm sido vários os relatos nas redes sociais desta ‘invasão’ do percevejo asiático, ou ‘Halyomorpha halys’, que chegaram através da importação de máquinas agrícolas vindas de Itália.
Um grupo de investigadores da FLOWer Lab – Centre for Functional Ecology, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, avançou com uma campanha de sensibilização para os problemas causados por esta praga, inócua para os humanos e animais, indicou esta quarta-feira a rádio ‘Renascença’. “Através de um projeto que tínhamos na altura e alertados pela Associação Portuguesa de Kiwicultores da importância que esta praga poderia ter caso entrasse neste país. Aliás, o primeiro caso foi detetado por um produtor de kiwis. Mas estamos a falar de indivíduos pontuais, que de repente – e tendo em conta que não feito nada – começaram a estabelecer-se e reproduzir-se”, sublinhou João Loureiro. “Nos últimos quatro anos, temos detetado cada vez mais ocorrências”, frisou o investigador e um dos responsáveis do FLOWer Lab.
“Só na última semana tem sido alarmante”, referiu o especialista, indicando casos de aparecimento de percevejos asiáticos “em Braga, associado a ambientes urbanos, junto a jardins e às casas das pessoas, e também de uma forma bastante alarmante em Lisboa, como por exemplo na Tapada da Ajuda e na zona do Areeiro”. Há também relatos em Monção, Guimarães, Santo Tirso, Coimbra e até na ilha da Madeira.
“Entendemos a preocupação das pessoas, especialmente pelo desconhecimento do que é esta praga. Não porque haja qualquer problema relacionado com a saúde pública”, indicou João Loureiro. “Percebo que cause algum desconforto”, avançou, avisando que se nada for feito, a situação terá proporções, com em Itália, onde é uma praga generalizada, “com graves prejuízos económicos”. “Não digo que não possa acontecer por cá. Acho que as autoridades devem estar alertas para isso. Se não for feito nada para tentar diminuir as populações deste individuo, acredito que isso possa vir a acontecer.”
A DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária – referiu que acompanha a situação, bem como os impactos na vista humana, tendo avançado com um programa nacional de prospeção, que inclui uma rede de armadilhas: no entanto, não têm sido observados exemplares desta praga nessas armadilhas. Fonte: Sapo
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