Um ano após a morte da jovem curda Mahsa Amini, às mãos da polícia da moralidade do Irão, as manifestações contra a repressão do regime iraniano aos direitos das mulheres vão continuar, pois há vozes que Teerão não conseguiu silenciar.
Amini foi detida pela polícia da moralidade a 13 de setembro de 2022 por
alegado uso indevido do 'hijab', o véu islâmico, tendo surgido morta três dias
depois, ainda sob custódia das forças policiais, o que deu início a um conjunto
inédito de contestação ao regime teocrático iraniano, que reprimiu
violentamente as manifestações e protestos que ainda se mantêm.
A contestação que se seguiu à morte de Amini levou para as ruas de
todo o país ativistas dos direitos humanos e das mulheres, académicos,
estudantes, advogados e até líderes religiosos. No entanto, "a
repressão e os abusos cometidos pelo regime totalitário iraniano", foram
"brutais e desproporcionados", levando à morte de centenas de
pessoas, à detenção de milhares de outras, ao julgamento sumário de centenas de
manifestantes e à aplicação da pena de morte a cerca de duas dezenas de outros.
"O Irão continua a violar todos os tratados internacionais associados
aos direitos humanos, que assinou, razão pela qual os Estados Unidos têm
continuado a impor sanções económicas a personalidades e entidades iranianas
que continuam a transgredir estes preceitos. Já aplicámos 70 ordens de sanções,
até ao ministro do Interior [iraniano, Abdolreza Rahmani Fazli]",
sublinhou Victoria Taylor, subsecretária de Estado Adjunta para o Iraque e Irão do
Gabinete para as Questões do Médio Oriente da administração de Joe Biden.
"As forças de segurança detiveram Amjad Amini hoje e devolveram-no
à sua casa depois de o terem ameaçado contra a comemoração do aniversário da
morte da sua filha", disse a Rede de Direitos Humanos do
Curdistão.
Segundo
o relato das agências internacionais, nas ruas de cidades como Teerão e Karaj
verificou-se um aumento considerável da presença policial, nalguns casos com
equipamento antimotim.
Apesar da maior visibilidade e atenção política dos protestos globais, o movimento ainda não conseguiu ameaçar os alicerces do regime teocrático liderado pelo ayatollah Ali Khamenei. @ Mundo ao Minuto
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