O Governo vai lançar, a partir de setembro, um “Cheque – Formação + Digital” para todos os trabalhadores, independentemente do seu vínculo, com um valor até 750 euros, para formações que os capacitem em competências digitais.
Em declarações à Lusa, o secretário de Estado
do Trabalho, Miguel Fontes, explicou que esta iniciativa se enquadra na medida
Emprego + Digital e estará no terreno em setembro deste ano.
Esta medida assenta na “possibilidade de
qualquer trabalhador, independentemente da natureza do seu vínculo com a
situação em que esteja no mercado de trabalho, poder beneficiar de um cheque,
no montante de [até] 750 euros, para fazer uma ação de formação em competências
digitais” à sua escolha, referiu.
Segundo o governante, “podem ser em questões
ligadas à cibersegurança, no tratamento de dados, no ‘marketing’ digital,
naquilo que cada trabalhador entenda que é importante para o aperfeiçoamento
das suas competências para o mercado de trabalho”, ou numa lógica “de quem
aspira a reconversão profissional, a mudar de emprego, a encontrar um outro
setor de atividade, poder, digamos, estar devidamente formado e apetrechado nesse
sentido”.
O secretário de Estado recordou que o
programa no seu total, com mais três medidas além do cheque, será alvo de uma
mobilização de 94 milhões de euros no âmbito do Programa de Recuperação e
Resiliência (PRR).
Segundo Miguel Fontes, o Governo começou pela
primeira medida, que lançou em setembro do ano passado, a que chamou Emprego +
Digital, que “é a possibilidade de as empresas se candidatarem a ações de
formação para o conjunto total ou parcial dos seus trabalhadores”.
“Neste momento, desses 94 milhões, já estão
comprometidos com esta medida 43 milhões de euros”, disse o governante, que
estima que tenha sido abrangido um universo de 200 mil trabalhadores.
“O objetivo é, agora, que o restante seja
repartido entre estas três medidas”, indicou, salientando que, como este é “um
sistema aberto”, decidiram “não adotar uma lógica de uma dotação orçamental por
medida”, mas “fazer uma gestão integrada em função da procura que cada uma
destas modalidades venha a demonstrar”.
As restantes medidas estão relacionadas com a
capacitação de líderes e de formadores.
O cheque, que Miguel Fontes apresentou esta
tarde numa visita à empresa Fusion Fuel, tem por base a ideia de que “os
destinatários, tanto podem ser trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores
independentes, como os próprios empresários em nome individual ou até os sócios
de sociedades unipessoais”, para que seja “o mais universal possível”.
“Em todos os momentos da História, sempre que
há estes avanços tecnológicos, estas transições que obrigam a saltos mais
ambiciosos em termos de modelo de produção, neste caso, seja por via da
transição digital ou da transição energética, o que nós temos de fazer é
garantir que estas transições são inclusivas, porque, no final do dia, o que
queremos é que elas se dirijam às pessoas”, realçou.
“Não podemos deixar ninguém para trás”, referiu, indicando que é preciso dotar os trabalhadores de “ferramentas que lhes permitam estarem bem apetrechados para ganharem novas competências” para enfrentar a possível perda de um emprego “por via da obsolescência de competências”, sendo que, garantiu, “por cada um que deixa de existir, existirão muitos outros que serão criados e para os quais temos de qualificar não apenas os jovens, mas também aqueles que já hoje estão no mercado de trabalho”. Fonte: Sapo
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