Provas de 9.º ano digitais para todos em 2024 se resultados do projeto-piloto forem positivos.
No próximo ano letivo, todos
os alunos do 9.º ano deverão realizar as provas finais em formato digital se os
resultados do projeto-piloto realizado este ano forem positivos, disse hoje o
ministro da Educação.
“Estamos em fase de avaliação”, começou por afirmar João Costa,
adiantando que, se a avaliação dos resultados do projeto-piloto que testou a
digitalização das provas finais do 3.º ciclo “der confiança”, a generalização
do formato avança mesmo no próximo ano letivo. “Se não, ajustaremos o
calendário”, acrescentou.
O ministro da Educação esteve hoje a ser ouvido no parlamento,
numa audição por requerimento do PSD e da Iniciativa Liberal sobre as provas de
aferição que, pela primeira vez, se realizaram em formato digital em todas as
escolas.
Na altura, professores e diretores escolares relataram vários
constrangimentos técnicos na implementação das provas, reproduzidos hoje pelas
bancadas da oposição que insistiram que nem todas as escolas tinham condições,
contestando também a digitalização das provas no 2.º ano.
Recordando que o programa Escola Digital está em curso desde
2021, o ministro da Educação lembrou também que, no ano passado, tinha sido já
realizado um projeto-piloto que testou as provas de aferição em formato
digital.
“Nunca se avançou para a generalização sem o devido controlo”,
afirmou o ministro da Educação, sublinhando que os resultados dessa
experiência, que envolveu milhares de alunos, revelaram, por um lado, que não
havia diferenças significativas entre os alunos que realizaram a prova em papel
ou em computador e, por outro lado, que “estavam reunidas condições para a
generalização”.
“A generalização de uma operação desta natureza nunca estaria
isenta de problemas, sobretudo no seu arranque”, reconheceu, João Costa que,
ainda assim, fez um balanço positivo do processo, sublinhando que cerca de 85
mil alunos realizaram a prova de Tecnologias de Informação e Comunicação (a
primeira no calendário) sem quaisquer problemas.
“Só foi necessário atribuir tempo suplementar a 9% dos alunos,
não foi o descalabro que a Associação Nacional de Professores de Informática
tentou construir”, sublinhou, em referência ao parecer da associação, que
indicava que a maioria dos alunos não terminou a prova no tempo estipulado por
problemas técnicos.
Por outro lado, o ministro rejeitou as acusações de “fetichismo
com o digital” por parte do deputado Manuel Loff do PCP e, respondendo também a
críticas apontadas pela social-democrata Inês Barro, disse que a transição
digital em curso nas escolas está a ser feita “com conta, peso e medida”.
“O digital faz parte, as outras dimensões do ensino também”, sustentou João Costa, insistindo que “o digital é uma ferramenta, não um fim” e que deixar de fora do currículo essa dimensão seria “agravar as desigualdades” e garantir que “só os ricos terão acesso ao digital no futuro". Outro dos problemas apontados pelas escolas, e replicado por Joana Mortágua da Bloco de Esquerda, foi a falta de técnicos de informática para prestar apoio à realização das provas. Sobre esse tema, o ministro da Educação adiantou que o Governo está a discutir com a Associação Nacional de Municípios Portugueses o reforço de verbas, no âmbito da descentralização, para a contratação de técnicos para as escolas. Fonte: Sapo
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