segunda-feira, 22 de maio de 2023

ainda sobre a petição “Fim do Projeto MAIA” – O direito ao contraditório!

Assinar uma petição a reclamar o “FIM do Projeto MAIA” é o equivalente a assinar uma petição do género “Acabe-se com a Avaliação Pedagógica!”. Faz sentido?

Numa perspetiva de integração curricular, os processos de avaliação não podem ser dissociados dos processos de ensino e de aprendizagem. Devemos avaliar para melhorar os processos de aprendizagem, não apenas (e só) para classificar e seriar. Infelizmente, a obsessão pela classificação tem conduzido a uma perspetiva reducionista do papel da avaliação que, em muitos casos, é ainda aquela que pauta e orienta a forma como avaliamos os nossos alunos, impedindo-nos de potenciar a natureza intrinsecamente qualitativa e interpretativa que a avaliação deve sempre consubstanciar. Por mais que a confusão esteja há décadas instalada nas conceções e nas práticas, avaliar não é sinónimo de classificar.

O Projeto MAIA, desde a sua génese, tem tentado ajudar as escolas a tornar as suas práticas pedagógicas e avaliativas mais coerentes e alinhadas com os normativos em vigor e com os documentos estruturantes pelos quais se rege o sistema educativo português. Pensar o contrário, e defender o contrário, evidencia um total e profundo desconhecimento dos propósitos que sustentam e norteiam o referido Projeto. Nunca o Projeto MAIA tentou interferir nas decisões que devem ser tomadas pelas escolas no âmbito da sua autonomia. A excessiva burocracia de que muitos se queixam, a obsessão pela construção e utilização de grelhas em alguns casos impraticáveis, resultam de decisões tomadas pelas escolas e não de qualquer diretriz emanada dos processos formativos que se têm desenvolvido no âmbito do referido projeto.

Privilegiar a avaliação formativa, diversificar técnicas e instrumentos de avaliação, distribuir feedback de qualidade e envolver os alunos nos processos de avaliação, são fatores que contribuem para uma melhoria significativa da qualidade das aprendizagens. Isto é um facto, sobejamente comprovado por uma infinidade de estudos nacionais e internacionais sobre avaliação pedagógica, e não um devaneio utópico de algumas almas delirantes!

Ana Granja e Carmen Madureira, formadoras MAIA do CFAE maiatrofa

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