Tanto os doentes com queixas de insónia, como os que referem sono de curta duração, apresentam um aumento do risco de eventos cardiovasculares não fatais e fatais, mas os que apresentam insónia associada a uma duração de sono inferior a 6h00 são os que apresentam maior risco.
A insónia tem sido também associada a um aumento do risco de doença coronária, incluído o enfarte agudo do miocárdio, bem como do risco de mortalidade cardiovascular, mesmo após ajuste de outros fatores de risco cardiovasculares. Curiosamente, os doentes com insónia inicial (demorar mais de 30 minutos para adormecer) e queixas de sono não reparador foram os que apresentaram maior risco de mortalidade cardiovascular. A insónia inicial (início da noite), terminal (acordar mais cedo sem conseguir voltar a adormecer) e sono não reparador foram associados a um maior risco de enfarte agudo do miocárdio. As mulheres apresentam um risco relativo ligeiramente superior aos homens assim como os doentes com insónia inicial.
As causas para o aumento do risco cardiovascular nos doentes com insónia e sono de curta duração incluem um aumento da atividade simpática e disfunção endotelial. De facto, os estudos mostram nestes doentes um aumento dos níveis de cortisol e dos marcadores de atividade simpática. A insónia está também associada a um aumento da TA sistólica noturna e ausência do declínio noturno normal da TA, colocando-os em risco para doença cardiovascular.
Assim, as pessoas com insónia ou sono de curta duração apresentam um maior risco cardiovascular, com aumento do risco de HTA e de eventos cardiovasculares. Estes dados mostram a importância da avaliação sistemática da qualidade e da duração do sono em todos os doentes com doença cardiovascular, para além da exclusão da apneia do sono. @ Sapo
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