"Um dia, alguém há de contar aos alunos deste país que este foi o dia em que mais de 150.000 professores se uniram, para defender os seus direitos e a escola pública."
Foi de manhã cedo, muito cedo, que os professores despertaram para aquele que viria a ser mais um grande dia de luta.
A convicção era forte e até nas camisolas que envergavam isso se fazia sentir.
Depois, fez-se caminho. É que para muitos a viagem foi longa, "o que eu andei p'ráqui chegar!" e, por isso, requisitaram-se camionetas, fizeram-se marmitas, partilharam-se petiscos, tudo para estar às 15h no Marquês de Pombal, em Lisboa.
E assim foi. Tudo a postos.
A partir daqui, foi desfilar e engrossar as fileiras, com muita criatividade e fervor.
À medida que cada grupo chegava ao Terreiro do Paço, colocava os cartazes no chão, pois o cansaço era muito, e foi possível apreciar como cada escola, cada professor, idealizou a forma de resistir.
Já à noite, muitas horas depois, com muito frio, chegou o grupo de Águas Santas.
Já se tinham ouvido muitos discursos, de algumas forças sindicais, mas não era isso que interessava naquele momento. O que interessava era a sensação de "dever cumprido". Cada um dos que ali estava podia dizer "eu fui", eu lutei, "eu estive lá".
E o grupo rumou à camioneta, pois mais uma viagem teria de ser feita. Exaustos, mas felizes por, mais uma vez, fazerem parte da História da Educação.
Um dia, alguém há de contar aos alunos deste país que este foi o dia em que mais de 150.000 professores se uniram, para defender os seus direitos e a escola pública.
texto de Manuela Couto, professora
fotos do grupo "AESCAS em luta"
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