O CRESCER apresenta mais um texto do 10ºA, dos onze publicados no jornal PÚBLICO. Falta apenas um. Um por dia...
Um planeta que nos acolha
Estou no ano de 2122, já tenho 115 anos, mas estou
muito bem graças à nossa tecnologia bastante desenvolvida, que conseguiu criar
um medicamento capaz de prolongar o nosso tempo de vida.
Acordei bastante cedo hoje, usei o meu comando para
abrir a janela e comecei a pensar em como tudo está diferente. Agora, não se
pode andar livremente pelo nosso planeta, já que as temperaturas são demasiado
altas para o corpo humano, chegando até aos 80 graus. Devíamos ter levado o aquecimento global muito mais a sério; agora temos
caminhos específicos, onde podemos andar. O ar está bastante diferente, para
além da temperatura, agora existem muitos mais gases no ar, o que torna a
respiração muito difícil, no exterior.
As temperaturas levaram à morte de imensas espécies,
já não vemos as árvores que estávamos habituados, não há pinheiros, oliveiras
ou sobreiros, mas sim novas espécies bastante diferentes, com novas formas,
cores e feitios e já preparadas para estas novas condições climáticas.
desenho de Andreia Gomes, aluna de 12º ano, Ermesinde |
Estava na hora de sair, entrei no autocarro e fiquei a
olhar para as pessoas e a pensar que tínhamos de conseguir encontrar um
planeta. As pessoas já não são tão felizes como eram e sentem-se presas a um
lugar. Olhei pelo vidro e reparei que as pessoas que passavam eram
completamente diferentes, as crianças não tinham a mesma educação e não corriam
livremente pela rua, algo que me deixou profundamente triste.
Cheguei a casa, tirei a roupa, vesti o meu pijama e
fui-me deitar, fiquei a pensar na liberdade que tínhamos antigamente, quando
podíamos andar por onde quiséssemos, quando quiséssemos, tudo era tão bom e nós
não tínhamos ideia disso.
Enfim, tudo irá ter de melhorar, só espero que
consigamos viver felizes novamente, como vivíamos há 100 anos.
Salvador Almeida, 10º A
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